Por que o Vasco? Tendo avaliado outros clubes como o Botafogo, Wander explica a escolha pelo Gigante da Colina

A ”777 Partners” poderia escolhido diversos clubes do mundo para investir o seu dinheiro, mas optou pelo Vasco. Chegou a analisar até o Botafogo, segundo informações do jornalista André Rizek. Por que será que a empresa norte-americana preferiu o Gigante da Colina para comprar?

Em entrevista para o ge.globo, o sócio da empresa Josh Wander explica porque selecionou o Cruzmaltino neste momento para adquirir a SAF. ”quero dizer como estamos incrivelmente empolgados de fazer parte do Vasco da Gama e sua rica história. Sou um fã de esportes desde que nasci e mais recentemente me tornei um grande fã de “soccer”, ou football, como é chamado em algumas partes do mundo. O entusiasmo dos torcedores brasileiros, a história do futebol no Brasil me empolga pessoalmente como fã. A possibilidade de ver o futebol ser jogado onde ele foi feito para ser jogado”, disse o empresário que prosseguiu.

”Sobre o Vasco, eu acho que, como em todo investimento que analisamos, estamos procurando fatores que nos façam acreditar que haverá valorização desse ativo ao longo do tempo. O Vasco está na segunda maior cidade do Brasil, no quinto maior país do mundo. Há uma população enorme, que podemos comercializar. Nossa visão é que, antes de tudo, queremos comprar clubes que achamos que tenham cenários econômicos que fazem sentido. Que possam ser bem-sucedidos comercialmente, dentro do possível. Ter uma população grande, em países com uma rica história no futebol, tradição, com uma grande conexão com seus torcedores, é muito importante para nós”, falou Joseph, que fez questão de enaltecer o clube.

Sócio da 777 Partners, Josh Wander
Sócio da 777 Partners, Joshua Wander

”Antes de tudo, nós observamos o Vasco como um clube histórico, que está numa cidade muito populosa. Antes de entrar em mais detalhes, achamos que essa é uma oportunidade muito interessante, num país com grande crescimento populacional, numa indústria que nos últimos anos viveu problemas por causa da Covid. A mudança da lei no Brasil permitiu a entrada de investidores estrangeiros. Investir num clube histórico é empolgante para nós. Quando você começa a entrar em detalhes, você percebe que o Vasco tem uma história incrível de derrubar barreiras sociais e raciais. 25 anos antes de o Jackie Robinson se tornar o primeiro negro na Major League Baseball e da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, o Vasco já era um defensor destemido dos direitos humanos, da diversidade e da inclusão. Isso nos empolga, queremos nos envolver em negócios nos quais possamos ir bem e fazer o bem. E o Vasco claramente está na vanguarda dessa área nos esportes. O componente ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) nos animou. E queremos continuar essa tradição no Vasco”, relatou Wander, que emendou.

”Como terceiro ponto, nós acreditamos que o Brasil, e o Rio em particular, é um dos melhores, se não o melhor, local do mundo de captação de talentos futebolísticos. A possibilidade de ter acesso a esse talento, de ajudar a cultivá-lo e finalmente de vê-lo florescer no Vasco ou em outros clubes pelo mundo é animadora. Adoramos a ideia de trabalhar com pessoas que sejam as mais talentosas no que elas fazem, e a base de talentos no Brasil é animadora para a 777”, completou.

Vasco fechou a acordo com a ''777 Partners''
Vasco fechou a acordo com a ”777 Partners”

Pesquisa no mercado brasileiro e o encanto pelo Vasco

”Nós analisamos o mercado, claro, como faríamos em qualquer negócio, e olhamos quais eram as opções. Não havia tantas opções ainda, porque, para ser uma opção, o clube tem que tomar a decisão de virar SAF. Olhamos alguns clubes antes do Vasco, mas acho que chegamos ao Vasco pelas razões que eu acabei de descrever. Acho que a razão principal, o diferencial na nossa perspectiva, foi a história, a tradição, o legado que o Vasco tem não só dentro do campo, mas também fora.”