(Foto: Reprodução SporTV)

Vasco exige transparência e PC Oliveira expõe detalhe crucial sobre o VAR

O clássico entre Vasco e Flamengo, disputado neste sábado pelo segundo jogo da semifinal do Campeonato Carioca, ficou marcado por uma grande polêmica envolvendo um possível impedimento de Bruno Henrique no primeiro gol rubro-negro. A decisão do VAR em validar o lance gerou discussões entre torcedores, dirigentes e analistas.

Com a vitória por 2×1, o Flamengo garantiu vaga na final do torneio. O resultado, no entanto, ficou em segundo plano diante da controvérsia. O comentarista de arbitragem PC Oliveira, do SporTV, afirmou que a imagem exibida na transmissão não permite concluir se houve ou não impedimento. Assim como o presidente do Vasco, Pedrinho, ele também cobrou maior transparência da Ferj sobre o critério utilizado na construção da linha do VAR.

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(Foto: Reprodução SporTV)

PC Oliveira explica dúvidas sobre a linha do VAR no clássico entre Vasco e Flamengo

Em sua análise, PC Oliveira destacou que a imagem congelada parece indicar que Bruno Henrique está levemente adiantado em relação a João Victor, defensor do Vasco. Entretanto, um detalhe essencial não pode ser visualizado: a posição exata do pé do zagueiro vascaíno.

“Visualmente, olhando a imagem parada, mesmo ainda não sendo o frame que o VAR usou, a impressão é que o Bruno Henrique está um pouco à frente em relação ao João Victor. Mas outro detalhe importante dessa imagem é que não conseguimos ver o pé do João.”

“Na imagem parada, para mim, o penúltimo defensor do Vasco é o João, porque essa linha passa bem além do braço do Piton. Por isso acredito que é importante a Ferj mostrar a construção da linha, para sabermos qual foi a referência. Provavelmente, (o VAR) usou outro ângulo para poder identificar a posição do pé, identificou, marcou a posição e depois traçou a linha pela câmera de impedimento. Por essa imagem (da transmissão), não dá para ver o pé do João Victor.”

A Ferj, por sua vez, defendeu a decisão e explicou que a linha traçada para o Campeonato Carioca passou por alteração antes do início do torneio. A espessura, que era de 6 cm no Campeonato Brasileiro, foi ampliada para 12 cm, com o objetivo de favorecer os ataques e minimizar polêmicas em lances ajustados.

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(Foto: Reprodução TV Globo)

A pressão por maior transparência

A polêmica reacendeu um debate sobre a falta de transparência na utilização do VAR no Brasil. Enquanto a CBF precisa da autorização do IFAB para qualquer mudança nas regras, federações estaduais possuem mais autonomia para tomar decisões sobre a arbitragem.

Diante da repercussão, a Ferj garantiu que os representantes dos clubes podem solicitar acesso à construção das linhas do impedimento. No entanto, até o momento, não houve uma divulgação ampla desse material, o que segue gerando desconfiança.

Tempo de análise também foi questionado

Outro ponto debatido foi o tempo que o VAR levou para validar o gol de Bruno Henrique contra o Vasco. Foram necessários apenas 1 minuto e 16 segundos para a decisão final, algo considerado rápido para um lance ajustado.

“Normalmente, em lances ajustados, tem uma certa demora. A utilização da linha mais grossa para favorecer o ataque, beneficiar e sair mais gols… Mesmo assim, é importante que o trabalho seja bem feito, para que tenha uma boa aparência para quem está vendo na televisão e não fique dúvida. Os clubes têm essa prerrogativa. Seria interessante (para a Ferj), assim como a CBF, divulgar a construção. A gente reclama quando é aquele impedimento ajustado, mas mesmo em um lance favorecendo o ataque, é importante que tenha transparência e clareza.”

Embora a ideia de linhas mais grossas tenha como intenção agilizar as decisões e reduzir as paralisações, a falta de clareza no processo levanta dúvidas. Especialistas defendem que, assim como acontece em grandes ligas da Europa, as imagens do VAR deveriam ser exibidas ao público em tempo real para garantir credibilidade e evitar questionamentos constantes.