VASCO COM NOVO DONO? Fundo inglês obtém liminar contra 777 Partners para vender seus clubes

Pedrinho, presidente do Vasco, tirou a 777 Partners do clube.
Foto: Thiago Ribeiro/AGIF / Lance!

Nos últimos meses, os torcedores do Vasco têm acompanhado uma disputa judicial envolvendo o fundo inglês Leadenhall e a seguradora americana A-CAP, ambos em conflito direto com a antiga controladora do futebol cruzmaltino, a 777 Partners. A tensão crescente na Justiça dos Estados Unidos trouxe à tona a possibilidade de mudanças importantes no clube carioca, gerando incertezas quanto ao futuro da SAF vascaína.

Em uma decisão recente, a Justiça americana deu mais um passo na disputa ao conceder uma liminar a favor do Leadenhall, que impede a 777 de vender seus ativos sem a devida autorização. Embora o futebol do CRVG ainda não tenha sido diretamente afetado pela medida, a situação cria uma nuvem de incerteza sobre o futuro do clube e a possibilidade de uma nova negociação envolvendo a SAF.

O caso começou a ganhar força em maio de 2024, quando o Leadenhall entrou com uma ação judicial acusando a 777 Partners de fraude. O fundo alega que a empresa norte-americana, então sob o controle de Josh Wander, utilizou garantias fictícias para obter um empréstimo de US$ 350 milhões (aproximadamente R$ 1,7 bilhão). Essas garantias incluíam ativos que, segundo o fundo inglês, sequer existiam.

Além disso, o Leadenhall argumenta que a A-CAP está diretamente envolvida no esquema, colaborando com a 777 na tentativa de burlar acordos financeiros. A disputa judicial se intensificou com a participação dela, aumentando as chances de um impacto significativo no Vasco, caso a seguradora decida avançar na venda da SAF do clube.

Kenneth King é presidente e CEO da A-CAP – Foto: Site Oficial

Como o Vasco se vê protegido?

Apesar da gravidade da situação, a diretoria do Vasco mantém-se confiante de que o clube não será afetado diretamente pela briga entre as empresas. A Nutmeg Acquisition LLC, responsável pelos times de futebol da 777 Partners, não está incluída na liminar, o que sugere que o futebol vascaíno permanece fora do foco imediato da disputa. Isso dá ao CRVG uma sensação de proteção, pelo menos por enquanto.

Além disso, o clube mantém um diálogo contínuo com os advogados da A-CAP, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, garantindo que todas as movimentações sejam acompanhadas de perto. A negociação para a venda da SAF foi suspensa por 90 dias, prazo que se encerra no final de outubro, o que sugere que os próximos passos na Justiça serão cruciais para definir o destino da equipe carioca.

A grande questão que fica é: quem sairá vencedor nessa disputa? Com a A-CAP tentando garantir sua prioridade nos ativos da 777 Partners, e o Leadenhall buscando recuperar os fundos emprestados, a situação ainda está longe de uma resolução. O desfecho pode afetar diretamente a venda da SAF do Vasco, caso a A-CAP perca o controle sobre os ativos da holding.

Enquanto isso, o clube segue atento às negociações, mas confiante de que o futuro do futebol cruzmaltino está, por ora, fora do epicentro dessa disputa financeira internacional. O resultado, no entanto, depende das próximas decisões judiciais, que poderão alterar drasticamente o cenário.

Vasco x 777 Partners
Pedrinho de um lado, a 777 de Josh Wander de outro – Foto: Dikran Sahagian/CRVG e Daniel RAMALHO/VASCO