Em entrevista para o portal O Jogo, o técnico Álvaro Pacheco revelou um sentimento de frustração e desapontamento com sua curta passagem pelo Vasco. A trajetória no Gigante da Colina foi marcada por conflitos internos e pela falta de estabilidade nos bastidores. Segundo ele, o contexto turbulento foi decisivo para o desfecho precoce.
Apesar da expectativa elevada e das promessas de um projeto sólido, a realidade foi bem diferente. Desde o início, Álvaro Pacheco percebeu que o ambiente não favorecia o desenvolvimento de uma filosofia de jogo consistente, tampouco a construção de um grupo coeso.
O treinador português ficou no comando por quatro jogos, somando um empate e três derrotas, sendo uma delas, a maior goleada aplicada pelo Flamengo na história do Clássico dos Milhões.

Bastidores conturbados minaram o projeto de Pacheco
O treinador chegou ao Vasco em meio a uma crise institucional entre a empresa 777 Partners e o presidente do clube, Pedrinho. Embora garantissem que a disputa jurídica não afetaria o projeto, o desfecho foi contrário. Apenas três dias após sua chegada, a justiça brasileira afastou a 777 Partners da gestão do clube, alterando completamente o cenário.
Esse conflito de poder gerou uma instabilidade que tornou inviável a permanência do treinador português. A nova administração decidiu desligar profissionais ligados à antiga gestão, incluindo Álvaro Pacheco, que não teve tempo hábil para implementar as mudanças necessárias.

Elenco do Vasco dividido e falta de tempo prejudicaram a evolução
Outro obstáculo relatado por Álvaro Pacheco foi a falta de união no elenco. O treinador encontrou um grupo com potenciais individuais, mas sem coesão. Ainda assim, sua prioridade era fortalecer o espírito coletivo e estabelecer uma cultura de equipe sólida.
“Era um plantel que precisava de alguns ajustes e isso também tinha sido conversado. Mas senti que o grupo estava dividido por muitos problemas. A minha missão nos primeiros tempos foi criar o grupo e passar a importância de estarmos unidos num desporto coletivo. E havia muito potencial.”
Mesmo com os entraves, Álvaro Pacheco garante que não guarda arrependimentos. Ele reitera que aceitaria novamente o desafio no Vasco, principalmente pela confiança que a 777 Partners depositou em seu trabalho.
“Não, pois fui com a ilusão de uma coisa que me prometeram e idealizava. Quando se vai par um projeto, é importante sentir que nos querem muito e vão apoiar as nossa ideias. Sentia que era o caso com o grupo 777. Se fosse hoje, aceitava novamente, porque a ilusão que tinha e a proteção que achava que ia ter davam-me garantias de sucesso.”
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