Vasco da Gama e 777 Partners: Veja histórico das tensões na parceria

Pedrinho e Lúcio Barbosa; Vasco
Foto: Matheus Lima

Desde que a parceria entre o Vasco da Gama e a 777 Partners foi selada em setembro de 2022, uma série de atritos marcou a relação, revelando um cenário de descontentamento mútuo.

O presidente Pedrinho, em recente entrevista coletiva, não escondeu sua insatisfação com a gestão da SAF (Sociedade Anônima do Futebol), controlada pela empresa estadunidense.

As declarações evidenciam uma crise latente, não sendo o primeiro episódio de desgaste nessa aliança ainda nascente.

Me causa estranheza. Quando eu era um comunicador, fui procurado pela SAF para exercer um cargo importante, remunerado, na parte esportiva. Quando me lancei candidato e eleito, além de sócio, o raciocínio óbvio é que a gente tivesse um relacionamento próximo em relação à parte esportiva. Eu não posso ter esquecido em três meses algum conteúdo direcionado ao futebol.

Mas essa não foi a primeira rusga na parceria. Veja o histórico das tensões abaixo:

“Briga” com ex-CEO

Logo nos primeiros meses da nova administração, a tensão emergiu por divergências com Luiz Mello, então CEO da SAF.

Mello, que já desempenhava papel central nas decisões do clube, tornou-se uma figura controversa, gerando insatisfações internas, principalmente após a revelação de ser sócio do rival Flamengo.

Sua permanência, decidida pela 777, agravou o mal-estar, culminando em sua transferência para um cargo no exterior após pressão contínua do clube.

Atraso de aporte

Outro ponto crítico foi o atraso em um aporte financeiro essencial, prometido para setembro e entregue apenas em outubro, após intensa cobrança.

Esse episódio testou os limites da paciência do clube, que chegou a considerar medidas drásticas contra a SAF, evidenciando a fragilidade da trégua temporária entre as partes.

Pouco diálogo entre Vasco e 777

A gestão de Pedrinho trouxe à tona a terceira grande onda de descontentamento, marcada pela falta de diálogo e cooperação.

O presidente do Vasco expressou seu desapontamento com a distância imposta pela SAF, lamentando a ausência de um ambiente colaborativo e a dificuldade em influenciar decisões sobre o futuro do futebol do clube.

“Estou sempre disposto a ajudar o Vasco. Não existe vaidade, nunca tive intenção de ter uma última palavra. Zero vaidade. Esportivamente, acho que poderia colaborar. É uma opção deles. O que as pessoas têm que entender é que o Vasco está acima de todos. Uma SAF, as pessoas esperam um projeto a curto-médio prazo. Quando você fala “médio a longo prazo”, eu acredito que eu conseguiria restruturar sem ser uma empresa. Uma empresa com aporte, esperamos umas situações mais aceleradas. Nem sei se poderia estar falando isso.”

Notificações da SAF

Em um clima já tenso, a SAF elevou a pressão sobre Pedrinho com notificações alertando-o sobre as consequências de expor informações contratuais ou discordâncias, sob risco de multas. Essa medida reforça a atmosfera de cautela e restrição, limitando a transparência e a abertura para um diálogo construtivo.

A parceria entre o Vasco da Gama e a 777 Partners, apesar de sua natureza promissora, enfrenta desafios significativos. A superação dessas tensões exigirá esforços conjuntos para alinhar objetivos e estratégias, essenciais para o sucesso mútuo no cenário do futebol brasileiro.

Pedrinho, presidente do Vasco
Pedrinho soltou o verbo na coletiva de ontem – Foto: Reprodução