A situação jurídica envolvendo a 777 Partners, empresa norte-americana que assumiu a gestão da SAF do Vasco da Gama, tornou-se um dos maiores entraves para o futuro da instituição. A crise, que começou com o descumprimento de compromissos financeiros por parte da 777, evoluiu para um processo de arbitragem e está diretamente impactando a busca por novos investidores.
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Participações e impasses jurídicos
Atualmente, o controle da SAF está dividido entre diferentes frentes. A associação do Vasco detém 30% das ações, enquanto 31% permanecem com a ICEP, empresa ligada à 777 Partners. Os 39% restantes estão sob disputa judicial e, por ora, são administrados pela própria associação, presidida por Pedrinho, que também comanda o Conselho Administrativo da SAF.
Durante entrevista ao canal Colina em Foco, Pedrinho explicou que o cenário segue indefinido, com diversas trocas de representantes por parte da 777, o que dificulta a comunicação e o avanço de qualquer negociação:
“Primeiro, o representante era a A-CAP, depois deixou de ser, agora surgiu outro nome. Essa instabilidade gera insegurança.”

Busca por novos investidores
Apesar da complexidade do momento, o clube segue ativo na busca por novos investidores. Segundo Pedrinho, já foram assinados NDAs (acordos de confidencialidade) com fundos e empresários, que tiveram acesso aos dados financeiros e operacionais do clube. No entanto, nenhuma proposta formal foi apresentada até agora:
“Nós passamos todas as informações, mas é preciso responsabilidade. Não é simplesmente vender por vender.”
Pedrinho criticou a pressão por uma revenda imediata da SAF, especialmente nas redes sociais, por meio da hashtag #RevendaJá. Para ele, isso demonstra um desconhecimento sobre a gravidade da situação e desrespeito com o torcedor:
“Não é como vender um carro. Estamos falando da responsabilidade sobre o futuro do Vasco. A minha função é proteger a instituição.”
Outro fator que complica a revenda é a atual insegurança jurídica provocada pela saída da 777 Partners do controle da SAF. Ainda assim, Pedrinho considera que o processo de arbitragem, embora demorado, garante uma proteção legal fundamental para possíveis investidores:
“Os 39% estão sob arbitragem, o que oferece um respaldo jurídico sólido para negociações futuras.”

Contatos com Marinakis e o cenário financeiro
Ao ser questionado sobre nomes ligados a possíveis investimentos, como o do empresário Evangelos Marinakis, atual dono do Olympiacos e do Nottingham Forest, Pedrinho confirmou a existência de contatos, mas negou qualquer avanço concreto:
“A gente assina o NDA, envia os dados, liga, acompanha. Mas o investidor precisa chegar com uma proposta clara, o que ainda não aconteceu.”
Diante desse cenário, o clube segue se mantendo com recursos próprios, buscando alternativas de financiamento, como empréstimos e geração de receitas internas. A prioridade, segundo o presidente, é manter o clube em funcionamento, honrar os compromissos e preservar o patrimônio cruzmaltino, enquanto trabalha por uma solução definitiva para a SAF.
“O Vasco é muito maior do que qualquer nome ou empresa. E a nossa missão é garantir que ele seja respeitado e protegido em qualquer negociação. Não há espaço para irresponsabilidade”, concluiu.
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