Há relativo pouco tempo, uma pesquisa do jornal O Globo apontava que torcer para o Vasco criava problemas e doenças emocionais muito fortes em seus torcedores.
O ano era 2021 e o clube vivia a incerteza de seu futuro principalmente porque, pela primeira vez, não conseguiria subir da Série B para a A em seguida à queda.
Porém, o ano é 2023, o Gigante da Colina tem maiores esperanças após ter seu departamento de futebol comprado por uma empresa endinheirada e ainda assim o drama permanece.
E quando a fase ruim parece não ter fim, num país onde o futebol é tratado como uma religião, os danos emocionais afetam todo o dia a dia de uma pessoa comum.
Torcedores do Vasco relatam a angústia com o momento
Após a derrota de 1×0 para o Bahia, muitos torcedores ficaram frustrados. Ainda mais porque o time vinha em um bom momento após vitória contra o Atlético-MG no Mineirão e empate contra o atual campeão Palmeiras no Maracanã.
O Vascaino.net conversou com alguns torcedores e ouviu alguns relatos sobre como o Vasco afeta sua saúde mental. Para o atendente Daniel Costa, de 20 anos, é difícil dormir depois de uma derrota dolorosa:
Meio que me deixa desanimado, triste, com vontade de quebrar alguma coisa…rs. Tem vezes que não consigo esquecer a derrota, nem ter uma boa noite de sono.
Daniel Costa, 20 anos
Outros como Caio Feitel, estudante de 26 anos que quebrou uma TV no jogo contra o Sampaio Corrêa ano passado, o Vasco é responsável pela semana inteira:
Na verdade, o Vasco dita como vai ser a minha semana. Quando ganha, eu fico sem preocupações. Quando empata, dependendo de como o jogo foi e qual adversário foi, ou eu fico aguardando o próximo, ou fico com alguma esperança da próxima rodada ser melhor. Quando perde, é cenário de terra arrasada. É papo de ficar horas pensando e no dia seguinte não querendo falar sobre, com um misto de ansiedade e pessimismo pra próxima rodada.
Caio Feitel, 26 anos
Por fim, esse fator de frustração que pode ser transformado em violência deve ser evitado mas a psicóloga do esporte Paula de Paula, doutora em psicologia social, professora da PUC-MG e ex-treinadora de vôlei acredita ter uma explicação para isso:
O Brasil é um país com desigualdades socioeconômicas muito fortes.Com isso, muitos atribuem ao futebol a capacidade de passar ao torcedor a sensação de que ele ascende socialmente com a vitória de seu time, e passa a ser alguém mais respeitado na coletividade. Quando isso não acontece, o risco de um quadro depressivo é grande.
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