O presidente do Vasco, Jorge Salgado, deu uma forte entrevista ao portal ge. O atual mandatário da Colina defendeu o modelo da SAF que foi adquirida pela empresa estadunidense 777 Partners.
E disse ainda que vai entregar um clube melhor que encontrou ao seu sucessor. O CRVG terá eleições presidenciais em novembro. Salgado não vai apoiar candidato algum e sequer vai tentar a reeleição.
Sobre a venda do clube, ele diz não ter encontrado ou solução e ainda disse que era contrário no início:
Na campanha, tinha assessoria financeira do Adriano (Mendes), que já tinha participado de pedaço da gestão do Campello. A gente tinha o seguinte quadro: a dívida era de aproximadamente R$ 650 milhões, com faturamento de R$ 240 milhões. Acaba a campanha, sou eleito e aí vou me defrontar com outros números. Recebo balanço de dezembro (2020), a dívida pulou para R$ 830 milhões.
No último mês do mandato anterior (de Alexandre Campello) entrou dívida trabalhista de R$ 100 e tantos milhões, que elevou para R$ 830 milhões. Tinha também passivo que não estava contabilizado por serem ações trabalhistas e cíveis que ainda não estavam em processo de execução, de mais ou menos R$ 200 milhões. Era essa a situação real, nua e crua.
O presidente do Vasco continuou:
A gente assume, infelizmente vamos para a Segunda Divisão e quando se projeta o ano a gente se defronta com despesa de R$ 240 milhões no início e com faturamento que só vai chegar a R$ 130, R$ 140, R$ 150 milhões… Fora isso, a gente estava sempre fugindo de execuções. Todos credores do Vasco estavam sempre executando o Vasco. Então o pouco dinheiro que a gente recebia era destinado a pagar algum tipo de execução.
Sobrou para mim esse caos. A gente estava saindo da pandemia, no final da pandemia. Tinha de sair desse time de Série A, indenizar esses jogadores, fazer acordo e contratar time novo. Fui para mercado contratar diretor de futebol. Não foi uma coisa fácil, simples. Recebi algumas negativas.
Veja também:
Presidente do Vasco diz que todos são demitidos em caso de rebaixamento
Com a equipe de futebol de volta à zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, Salgado também falou o que acontece caso o Vasco seja mais uma vez rebaixado para a Série B:
Do ponto de vista acionário não tem nada que o modelo associativo possa fazer dentro do clube. Agora, se o Vasco é rebaixado, tanto o diretor de futebol como o CEO são demitidos. Automaticamente. Eles podem estar fazendo uma gestão espetacular, o diretor de futebol do Vasco e o CEO do Vasco são demitidos.
O presidente do Vasco finaliza dizendo que a 777 só vai ganhar dinheiro com o clube se ele voltar à época de glórias no futebol:
Eu enxergo o seguinte: um investidor americano resolveu investir no futebol brasileiro, escolheu o Vasco para investir. Por que? O Vasco é a quinta ou quarta maior torcida do Brasil, torcida engajada, clube com margem enorme para aumentar suas receitas, mas totalmente colapsado financeiramente. Viram uma ótima oportunidade de investimento, botar dinheiro agora e ganhar muito lá na frente. Talvez vender ou não. Qualquer tipo de negócio tem que gerar uma expectativa de retorno.
Eles acham que esse ativo vai valorizar muito. É ótimo que isso aconteça, porque eles só vão ter sucesso se o Vasco tiver sucesso. Só vão vender isso aqui caro se o Vasco tiver conquistas. Então é uma parceria maravilhosa. A gente vai continuar a ser Vasco eternamente e eles tendo que correr atrás dessas conquistas para valorizar a marca se eles quiserem vender mais caro. Se eles fracassarem eles vão perder esse dinheiro investido. Eles têm que pedalar, correr atrás do sucesso. E a gente vai junto.
Veja mais notícias do Vasco, acompanhe os jogos, resultados e classificação além da história e títulos do Clube de Regatas Vasco da Gama.