Desde 2011, Vasco afunda em promessas e fracassos. Só um dirigente tentou atacar a dívida, mas herança é pesada…
Mais de uma década se passou desde o último título nacional do Vasco da Gama, a Copa do Brasil de 2011. De lá pra cá, cinco gestões se alternaram no comando do clube: Eurico Miranda, Alexandre Campello, Jorge Salgado, a SAF com a 777 Partners e, agora, Pedrinho. Em comum entre todas elas: nenhuma conseguiu montar um elenco minimamente competitivo para disputar títulos com seriedade. Não se trata apenas de conquistar taças, mas de apresentar um projeto sólido que coloque o Vasco na parte de cima da tabela e tire o clube do ciclo vicioso de brigar contra o rebaixamento.
A crítica se torna ainda mais dura quando olhamos para os últimos anos: times desequilibrados, dívidas crescendo, mudanças constantes de treinadores e dirigentes, e um distanciamento cada vez maior entre torcida e diretoria. O clube passou a entrar nos campeonatos apenas para “cumprir tabela”, sem confiança ou consistência para sonhar com Libertadores ou brigar no topo.

Por outro lado, a atual gestão de Pedrinho, ainda que longe de ser perfeita, é a única que ao menos dá sinais de atacar a raiz do problema: a dívida do clube. Não joga apenas para a torcida, tenta estruturar o clube administrativamente, mesmo que claramente ainda falte profissionalismo e decisões equivocadas continuem aparecendo.
Há, no entanto, uma figura que divide opiniões, mas não pode ser ignorada: Eurico Miranda. Polêmico, muitas vezes autoritário, é inegável que defendia os interesses do Vasco com firmeza e, especialmente, conhecimento. Em momentos decisivos, era ele quem se impunha nos bastidores políticos e jurídicos e garantia protagonismo ao clube, mesmo com limitações de elenco e orçamento. Seu nome está marcado na história do futebol brasileiro e do Vasco, para o bem ou para o mal.
O torcedor vascaíno não exige milagres. Pede o mínimo: respeito à instituição, planejamento a longo prazo e um time que, no mínimo, entre em campo para competir de verdade.
O tempo passa, e o Vasco segue em obras. Já são doze anos de promessas e reconstruções que não se concretizam.

Um bom exemplo a seguir é a histórica conquista da UEFA Champions League pelo Paris Saint-Germain, a qual veio após uma virada na filosofia do clube. Após anos apostando em estrelas como Neymar, Messi e Mbappé, que deixaram o time nas últimas temporadas, o PSG reformulou seu projeto esportivo. Sob o comando do técnico Luis Enrique, a equipe abandonou o foco em individualidades e investiu em um elenco mais coeso, jovem e taticamente disciplinado. O espanhol construiu uma base sólida, com forte organização defensiva e jogo coletivo. A aposta na reconstrução deu resultado: o PSG superou adversários gigantes e tradicionais da Europa com atuações seguras e conquistou, pela primeira vez, a tão sonhada taça da Champions League.
A questão que fica é: até quando o clube continuará colecionando gestões que fracassam em cumprir o básico? A base do Vascão é forte, e sabemos disso, é só saber trabalhar e seguir bons exemplos. Fernando Diniz pode ser um técnico mais longevo, com tempo para analisar os jovens, colocar seu estilo em prática, montar um time competitivo. O Gigante da Colina merece e, mais do que isso, o futebol mundial merece o Vasco de volta de topo.
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