O presidente Pedrinho concedeu uma coletiva de imprensa nesta semana para tratar de temas relevantes ao futuro do Vasco da Gama, com destaque para a situação da venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e as recentes críticas recebidas pela gestão. O mandatário reforçou o compromisso com a transparência e abordou o momento financeiro e estratégico do clube.
Uma das pautas mais esperadas da coletiva foi, claro, a possível venda da SAF do clube. Pedrinho destacou que, embora exista o interesse em negociar, o processo ainda está em estágios iniciais:
“Existem alguns investidores, e eu tenho que tomar cuidado quando falo porque as pessoas acham que são negociações avançadas. Existem alguns e existem NDAs (sigla em inglês para acordos de confidencialidade) assinados desse início de conversa, que eu não vou chamar nem de negociação. Por meio desse acordo de confidencialidade, não posso falar quem são os investidores. O que posso falar é que tem muito mais de um mês. Há conversas com mais de um investidor que são muito iniciais”
“Tem um com quem assinamos acordo de confidencialidade e nem começamos a conversar. A conversa inicial é muito mais para você passar um diagnóstico, por isso há um acordo de confidencialidade, os números do clube. Essa conversa de conhecimento do que está acontecendo com o clube às vezes não consegue ser nem no primeiro dia, vão ser dois, três encontros só para mostrar a realidade. Se isso avançar, vai para o segundo passo e começa a construir. Já houve investidores que estavam muito dentro (a favor do negócio) e não estão mais. Não por qualquer empecilho da gestão ou exigência. Simplesmente saíram. Não posso falar quem são os investidores pela questão do acordo de confidencialidade.”
Ele também pontuou a complexidade do processo, que exige atenção e segurança:
“A associação não vai gerir o futebol se virar SAF. Isso é uma narrativa, vocês têm entendimento e têm que começar a entender o que é a história do clube. Por que eu falo sobre intenção de vender? Porque eu posso não encontrar um investidor. Aí eu vou ser cobrado porque falei que vou vender. Quando eu falo que tenho intenção de vender, é porque eu quero vender. Eu vou conseguir? Vou ter um investidor?
A gente está no mercado, atende todo mundo, algumas coisas são muito superficiais. A gente nunca vai pedir para o associativo ser majoritário. Primeiro porque a gente não tem esse desejo e, segundo, porque isso é uma maluquice. Ninguém vai investir milhões para outro mandar. Minha intenção é proteger a instituição com cláusulas de proteção.”
Pedrinho ressaltou ainda que a solução para os problemas financeiros do Vasco não depende exclusivamente da SAF:
“Enquanto eu for presidente do Vasco, a minha intenção vai ser vender a SAF. A minha intenção (com ênfase) é vender. Vender é outro processo. Não posso ficar sentado esperando um investidor, porque tenho contas a pagar e preciso fazer com que o clube ande. Tenho dívidas, tenho compromissos e preciso fazer uma reestruturação financeira. O torcedor tem todo direito de nunca mais querer ouvir a palavra reestruturação, porque ela foi dita milhões de vezes e nunca foi feito nada. A medida cautelar é o início desse processo para que o Vasco seja autossuficiente. Isso não tem nada a ver com não querer vender a SAF. Eu preciso fazer com que o clube consiga pagar os salários.”
Pedrinho critica as fake news envolvendo a venda da Vasco SAF
Outro tema abordado foi a relação com a torcida e a imprensa. Pedrinho se mostrou incomodado com as recentes críticas à gestão e com os boatos espalhados nas redes sociais. Recentemente, o influenciador Zé Colmeia divulgou que a A-CAP que controla 31% das ações da Vasco SAF teria recebido uma proposta de R$ 600 milhões. O presidente do CRVG respondeu de forma furiosa sobre o tema:
O Vasco tem que evoluir em alguns aspectos. Se eu tivesse uma proposta de 600 milhões, por que eu recusaria? Esse personagem que falou isso vai ter que provar na Justiça, vai ter que ter um contrato da proposta de 600 milhões, pô. Eu não entendo como as pessoas acreditam nisso, como o torcedor vascaíno acredita em certos personagens e começam a debater isso. As pessoas não percebem?
Esse cidadão estava na sede da Lagoa. Para ficar claro, eu sou o presidente do clube e responsável pelas sedes. Então qualquer coisa que aconteça ali, não importa se tem alguém fazendo de boa vontade, eu sou o responsável. OK? Ok. Não mexi nisso em respeito ao torcedor (campanha da vaquinha). Quando fui tomando conhecimento de tudo, descubro que lá temos um problema de elétrica que poderia pegar fogo na sede. Ué, e por que não pega esse dinheiro e faz a elétrica? Não, porque a pessoa falou que tem que colocar torneira de ouro porque isso que dá visibilidade. Depois essa pessoa se candidata a vereador.
Então eu tenho que tirar essa pessoa de lá, porque ali não é lugar das pessoas usarem o Vasco em benefício próprio. E eu vou fazer a intervenção, mando uma equipe para cuidar do problema da elétrica. Paralelo a isso, eu descubro que a sede da Lagoa não tem seguro, sendo que a gente tem ali quase R$ 12 milhões avaliados nos barcos. Porque os gestores antigos não pagavam. Paralelo a isso, eu descubro que um dos conselheiros, que hoje é uma grande voz nas redes sociais, que era de um grupo que cuidava do Calabouço, tinha “gato” no Calabouço.
Para ficar claro, eu estou sem dinheiro, mas eu sou honesto, poderia fechar o olho, menos uma conta. Não, mandamos uma equipe lá e vamos pagar a conta. Vamos fazer um acordo do que estamos devendo e vamos pagar. É muita coisa, as pessoas dão credibilidade a pessoas que não são profissionais. Isso é muito grave, os torcedores acreditam nesses personagens.
O grego vem ou não?
Recentemente surgiu a informação de que o bilionário grego Evangelos Marinakis seria um dos possíveis nomes para comprar a Vasco SAF. Novamente, Pedrinho, foi obrigado a alertar sobre as fake news:
“Surgem alguns personagens nas redes que são aproveitadores, oportunistas. Quando descobrem um possível investidor, soltam como se fosse ele trazendo um investidor. Com qual interesse? Isso é mentira. Nenhum investidor vai em qualquer personagem de rede social para chegar ao Vasco. É uma negociação muito séria, eles não precisam disso. Eles vêm até mim, por meio de um CEO, direto com o presidente do clube. Esses personagens tentam entrar no circuito para ter algum tipo de benefício. Seja no futuro se tornar candidato a vereador, seja algum interesse de ter comissão no negócio ou para dizer mesmo que quer ajudar o Vasco. E não é.
As pessoas usam o Vasco para se beneficiarem, e às vezes elas querem me atingir. Mas já falei isso 500 vezes: me atinja diretamente. Quando você fala com uma outra situação e colocando o sentimento do torcedor no meio, é sacanagem. Aí o torcedor tá ali, “viajando” com milhares de coisas. Ainda mais vendo o clube que virou SAF e está tendo sucesso [Botafogo], outro que ganhou título [Flamengo]. E ficam brincando com o sentimento do torcedor.”
Leia mais:
Veja mais notícias do Vasco, acompanhe os jogos, resultados e classificação além da história e títulos do Clube de Regatas Vasco da Gama.