Opinião: Vasco, o mais feio da matinê das transferências de 2023

Coluna escrita por Rodrigo Cordeiro

Nos idos dos anos 90, aqui no Rio de Janeiro, existia uma matinê que foi bem conhecida da molecada suburbana da época e era realizada em uma boate chamada El Turf, localizada no Norte Shopping. Para os desavisados, o termo matinê se refere a uma festa durante o dia para menores de 18 anos, ou seja, os eventos aconteciam à tarde e não havia venda de bebidas alcoólicas (obviamente!). Portanto, não tinha aquela desculpa de “estava doidão, por isso beijei aquela feiosa” pros meninos ou “bebi demais, por isso beijei aquele feioso” pras meninas. Se você beijava alguém na matinê, sabia o que estava fazendo. E é EXATAMENTE esse o momento do Vasco no mercado de transferências.

No começo do ano, o Vasco da Gama SAF, representado por seu diretor de futebol Paulo Bracks, estava com tudo e estava prosa. Dinheiro no bolso, vamos às compras, tal qual aquele menino pronto pra abafar na matinê. E foi aí que começaram os problemas. Ao que parecia e foi dito por diversas vezes na imprensa, o clube e o executivo, contavam com um poderoso arsenal de scouts que mapearam todo o mercado brasileiro e sul-americano, buscando os melhores jogadores com as melhores estatísticas, assim como nosso garoto da matinê, que contou com a ajuda de sua mãe e sua tia para conseguir as melhores roupas pra ficar no estilo para a tarde dançante.

Norte Shopping, anos 90 – Foto: Rio Antigo

Vasco SAF e Paulo Bracks não contavam com dificuldades

E deu certo lá no começo, o Vasco SAF conseguiu algumas contratações pontuais, mas não se importou muito com o conjunto como um todo, mantendo jogadores que foram reservas na Série B disputada no ano passado, e perdendo alguns poucos titulares que se salvaram, assim como nosso intrépido “matinezeiro”, que comprou duas camisas floridas e duas calças cáqui, conquistando algumas meninas nas primeiras tardes na “balada”, e se deu por satisfeito com as peças de roupa que tinha.

Porém, o tempo passou, o time do Vasco SAF, montado pelo seu diretor de futebol Paulo Bracks, foi se afundando na Série A, pois o mesmo, desavisado coitado, não achava que o nível de competitividade do Brasileirão fosse “tão forte assim”, e nosso jovem achava que suas roupas iriam durar pra sempre.

Por fim, cá está o momento atual. O clube, e seu diretor, não tem dinheiro forte pra contratar jogadores, e os poucos que tem condições de pagar, não querem embarcar nesse momento num projeto que está afundando por seus próprios erros. Assim como nosso garoto da balada, agora com suas roupas gastas e rasgadas, fez as meninas perceberem que ele nunca soube conversar, era só arrumadinho. E a conclusão é inevitável para os dois: Assim como o garoto desarrumado, tanto as meninas quanto o mercado perceberam o que estava desviado lá no começo pelas pomposas roupas e contratações: que tanto o jovem rapaz quanto o Vasco SAF são os mais feios na matinê das transferências.

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