OPINIÃO – Vamos esperar até quando pelas vitórias?

Se tem uma coisa que os campeonatos estaduais fazem bem é irritar o torcedor. Por mais que se digam que eles não valem nada (e não tem mais esse peso histórico mesmo), essa competição é perfeita para derrubar técnicos e apontar o grau de irritabilidade que manteremos pro resto do ano.

Ontem, o Vasco com seu suposto time titular perdeu de 2-1 do Volta Redonda. A princípio, você poderia dizer que o clube da Cidade do Aço não é um bobo qualquer. Há alguns anos disputa competições nacionais (campeão da Série D em 2016) e já chegou a fases importantes do próprio Carioca tendo levantado as Taças Guanabara e Rio em 2005 e 2016, respectivamente.

Além disso, estavam na nossa frente na tabela desse ano e buscam a classificação para as semifinais e também estão de olho nas vagas para a Copa do Brasil.

Pois bem, dito isto, ainda assim, é INADMISSÍVEL o Vasco não ver a cor da bola contra um time pequeno do Rio de Janeiro. Só para ilustrar, o Volta Redonda sobrou na parte física. Ricardo Sena e Lelê, os autores dos gols adversários, pareciam ter o dobro de pulmões e a zaga dos caras pareciam ter saído do time de vôlei do clube.

De qualquer modo, tudo que deveríamos mostrar era vontade e isso só pôde ser visto com o Gabriel PEC. Podem criticar o garoto, dizer que corre errado, que dribla meio time como Messi e depois dá passe ou finalização de Faioli, mas ele demonstra vontade. E não é de hoje. Tanto que fez o gol ontem e ninguém entendeu ele ter saído, a não ser se for cansaço.

Fora isso, o que é o Alex Teixeira? Sério, voltou pra isso? Tirando sua partida contra o Operário no ano passado, o que mais ele fez? Sem ritmo de jogo eterno e ele já estava assim no Besiktas-TUR. A gente que não percebeu ou ficou emocionado demais.

Mais uma vez, não jogou nada, errou tudo que tentou e quando o Barbieri se deu conta disso já era tarde demais. Nem peitar o Pedro Raul na hora do pênalti, ele fez e convenhamos, pelo menos, moral ele tem pra isso.

Precisamos falar do Zé Gabriel? Do Robson Bambu? Do Miranda? A defesa do Vasco é patética e já gastamos R$ 100 milhões para não resolver. Dizem que enquanto escrevo, o zagueiro argentino Manuel Capasso estaria para acertar. Segundo Miguel Abbondándolo, vice-presidente do Tucumán, em até 48h a venda deve ser anunciada.

É chegar e jogar. Mas não somente ele. Precisamos de um volante mordedor, perdemos o Yuri Lara e ninguém se atentou a isso. Será o De Lucca o substituto? O Jair? Alguém precisa entender como se defender nesse time.

E Pedro Raul, um recado. Se a cabeça não está boa, deixa o amiguinho bater o pênalti. Você é um bom jogador, não tenho dúvidas. Mas isso aqui não é o Goiás ou sua turma da Next Academy. Sequer é o Botafogo. Aqui é Vasco e a pressão é constante. Ou isso, ou já aceita a proposta do time mexicano e vaza.

Tudo bem que o goleiro Jefferson do Voltaço também estava em uma noite pra lá de inspirada. Mas ainda assim, amassar o time dos caras era obrigação. Só para ter uma ideia, tivemos 15 finalizações onde somente 6 foram no gol.

O Volta Redonda teve 12 finalizações com 5 no gol, um volume bem melhor mesmo com apenas 42% de posse de bola.

Por falar nisso, estamos com um dos 5 piores aproveitamentos entre os times da Série A em 2023 com menos de 50%. E a culpa vai cair no técnico Maurício Barbieri, não tenho dúvida. Parece que o treinador não sabe ver o jogo. E ainda diz que um time precisa de tempo para ser formado e isso, sinceramente, é tudo que ele não tem. O Vasco tem pressa, sua torcida já deu 20 anos para esse clube. A paciência foi apenas prorrogada mas está por um fio.

E por fim, Nenê vai fazer 42 anos em 2023. Era errado existir uma dependência do jogador em 2015-2016, imagine agora. A 777 Partners precisa saber o que quer com o Vasco: ou assume que querem transformar a gente num Genoa ou cumpram com a promessa de sermos os seus protagonistas e vitrines. Cansamos de ilusões, vamos jogar bola!