Por Diogo Nogueira
O Vasco da Gama de 2023 tem um time titular bem mais agradável de assistir, graças ao somatório de reforços com alguns remanescentes, como Gabriel Pec, que tem mostrado evolução e maturidade, o Figueiredo, com sua capacidade técnica e física, e Marlon Gomes, um meia habilidoso que sabe se livrar da marcação. Contudo, para o nível do Brasileirão Série A, isso é o suficiente? O Vasco de Maurício Barbieri está pronto? Um time que é mais “agradável” de assistir pode fazer um campeonato de pontos corridos seguro? Bom, falta um mês praticamente para o início da competição, com previsão para 16 de abril, então essa pergunta precisa ser respondida.
Algumas partidas do Vasco nesse começo de temporada foram bem agregadoras para o trabalho do técnico Barbieri e ele ganhou alguns pontos com a torcida, porém, considero justo contar apenas os jogos contra o Flamengo, Fluminense e Botafogo, esses sim podem atender ao nível da Série A, sendo os chamados jogos “testes” antecipados para o cruzmaltino. Para analisar se o Gigante da Colina está pronto ou não a maiores desafios, vamos relembrar um pouco desses confrontos. Primeiramente, contra o Fluminense, o resultado foi uma derrota por 2 a 0 após o Vasco ter se mostrado melhor durante boa parte do tempo. Naquele jogo, ficou mais do que evidente um aspecto negativo da equipe vascaína: ineficiência no ataque. Por outro lado, o cruzmaltino animou o torcedor em relação aos contra-ataques velozes produzidos, a ofensividade do time ganhou forma e conteúdo, podemos dizer que os treinos deram resultado.
Já a partida contra o Botafogo teve um aspecto particular envolvido, o Glorioso acabou o jogo com dois a menos, o que fez o Vasco ditar o ritmo da partida durante quase todos os 90 minutos. Analisando friamente, em alguns momentos a equipe vascaína conseguia agredir, em outros deveu bastante, pois o adversário também encontrou meios de avanço do meio-campo para o ataque. Claro que o Botafogo contou com a ótima atuação do goleiro Lucas Perri para evitar um placar mais elástico, todavia, o fato é que a vantagem de enfrentar um time com a superioridade de dois atletas não foi aproveitada ao máximo pelo Vasco. No fim, Alex Teixeira e Pedro Raul deram a vitória por 2 a 0. Em geral, o Vasco foi bem, mas faltou pés no chão e um pouco mais de intensidade.
Agora, vamos aos dois últimos jogos contra o Flamengo. No primeiro, o Gigante saiu vitorioso graças às atuações de Pumita, que fez o golaço da tarde, e do volante Rodrigo, jogador que carregou o sistema defensivo do Vasco no jogo, fez o papel clássico de um camisa 5 e marcou muito bem algumas estrelas do time titular do Flamengo, como o Arrascaeta. Novamente, a equipe vascaína perdeu oportunidades, como o pênalti desperdiçado por Pedro Raul, dessa forma, apesar do resultado positivo, mais uma vez ficou aquele gosto de: “dava para fazer mais e que falta alguma coisa”. Chegou o jogo de ida da semifinal, e o Vasco foi bem motivado após a vitória por 1 a 0 no último clássico, só que Barbieri acabou sofrendo sua terceira derrota na temporada. Sem dúvidas, a marcação do cruzmaltino não estava o ideal no dia, e o adversário aproveitou alguns espaços oferecidos. Contudo, mesmo com algumas correções a serem feitas, o Vasco da Gama foi competitivo e correu atrás do resultado, ficou atrás do placar duas vezes e chegou ao empate, isso é algo bem positivo. O Vasco também soube aproveitar os pontos fracos do Flamengo de Vitor Pereira, como a bola aérea. De qualquer forma, foi um jogo equilibrado em que por detalhes a equipe vascaína não saiu pelo menos com um empate. A falha de Capasso foi determinante para a derrota.
Através das análises feitas, chego a conclusão de que o Vasco deve seguir à procura de ainda mais entrosamento, investindo em combinações de jogadas que resultam em finalização, isso com foco em Pedro Raul. Além disso, Barbieri deve chamar bastante a atenção sobre o auxílio dos volantes na limitação de espaço ao adversário, Léo Pelé e Capasso/Miranda não podem se deparar com muitos jogadores avançando para o ataque. E claro, em razão de encorpar o elenco para uma temporada longa pela frente, há contratações “urgentes” a se fazer, como um volante, pois o Andrey muito em breve sairá, um lateral-esquerdo para ser reserva do Piton e pelo menos mais um ponta. Por último, mas não menos importante, um meia armador é necessário também, Marlon Gomes é um garoto que ainda precisa entender mais um pouco sobre a função, e Nenê não tem que continuar no clube. Então a resposta é não, o Vasco não está inteiramente preparado para uma Série A, contratações para a posição de meio-campo e volante devem ser tratadas como prioridades.
Devo destacar que o começo de temporada é promissor pensando em um campeonato brasileiro seguro esse ano. Do gol ao ataque, o Vasco têm atletas em ótimas condições de ajudar a equipe no Brasileirão. Os goleiros titular e reserva são úteis, ambos tem poder de reação, na zaga tem o Léo e Capasso como dupla, na lateral Pumita e Lucas Piton sendo destaques, no meio-campo tem Jair, Andrey, Rodrigo/Marlon, que são peças de qualidade, no ataque Alex Teixeira vem crescendo, assim como Gabriel Pec. Por fim, Pedro Raul tem proporcionado um estilo de jogo muito além de bolas na rede, ele propõe jogadas, se apresenta, faz bem o pivô e dá assistências. As críticas justas feitas ao jogador é referente à sua pontaria. Enfim, temos o horizonte de um elenco que promete entregar sensações mais positivas ao coração vascaíno.
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