Por Diogo Nogueira – O Vasco da Gama está na 17ª colocação da Série A neste momento por causa da mentalidade fraca de um time que não soube se impor até agora, esse fator é aparente desde a terceira rodada da competição. Já sabíamos que esse time poderia oscilar, mas se continuar dessa forma o Cruzmaltino correrá bastante perigo no campeonato. E o torcedor do Vasco já viu esse filme antes, por isso a preocupação é digna, já houve muito sofrimento. O enfraquecimento da mentalidade vascaína ficou evidente na derrota contra o Santos e deu as caras novamente diante do São Paulo. Nitidamente, o cruzmaltino vive uma fase bastante problemática no ataque e na defesa. Os duelos contra o Atlético Mineiro e Palmeiras foram pequenas exceções.
É fato que ainda iremos para a oitava rodada da Série A, mas é inevitável se sentir incomodado com esse time jogando. Não vemos uma atuação consistente, uma equipe que não tem mentalidade para jogar de verdade por mais de 20 minutos luta contra o rebaixamento. Por exemplo, contra o São Paulo, o Vasco de Barbieri conseguiu algo incrível, após empatar o jogo que estava perdendo por 2 a 0, falhas defensivas fizeram o placar se tornar 4 a 2 para o adversário EM POUCOS MINUTOS. Essa ocorrência deixa claro que o Gigante da Colina está completamente sem preparo para atuar durante 90 minutos de um jogo.
Os 11 jogadores em campo encaram qualquer desafio com uma dificuldade absurda. A recomposição defensiva é lenta e a marcação é frouxa. Levar gols em contra-ataques, como aconteceu em duas ocasiões contra o São Paulo, tem sido normal. Como esse time vai se comportar contra um Fortaleza veloz e que tem sido forte dentro de casa? O problema enfrentado por esse time vai além de mudança de peças para consertar, isso pode não adiantar. Capasso na defesa e Orellano no ataque são os pedidos mais feitos pela torcida, mas o Vasco de hoje precisa realmente de disciplina tática e reforço emocional para se tornar mais capaz, o período é de uma fragilidade que estressa e entristece ao mesmo tempo.
Após o gol do Santos lá na sexta rodada, o Vasco teve muito tempo para armar estratégias na busca pelo o empate e pela virada. Ao invés disso, as jogadas ofensivas foram bastante previsíveis, ocorreu erros de passe em vários momentos, a verdade é que a equipe não se mostrou forte o suficiente para colocar a bola no gol. Para romper a defesa santista, apenas duas opções foram investidas pelo time de Barbieri, ou era cruzamento na área ou era o Léo (zagueiro) achando um passe que pudesse quebrar a linha. Ou seja, estando atrás do placar o Vasco se perde totalmente no seu objetivo. A mentalidade, fator importante que guia um time a vitória, vai para o espaço no caso do Vasco. É só ver como a equipe estava bem antes do gol do Santos, o primeiro gol vascaíno estava maduro, bastou um lance para tudo desandar.
O excesso de cruzamentos da equipe carioca é uma questão que nos leva a pensar que os atletas não raciocinam na hora de executar uma jogada. “O futebol é jogado com a mente, os pés dos jogadores são apenas ferramentas”, disse bem o craque Andrea Pirlo. Nesse sentido, o Gigante necessita de mais inteligência com a bola nos pés. Um camisa 10 faz falta, porém, isso também não é desculpa, uma troca de passes que resulta em gol é o resultado de um coletivo bem formado, não necessariamente com um meia armador participando.
É claro que o Vasco precisa de reforços e há quem diga que o Barbieri já precisa ser demitido, no entanto, tenho dito que esse time atual pode muito mais em termos de atuação, a sensação na qual fico é que a equipe fica muito pressionada e ansiosa na busca pelo resultado, dessa forma, o cruzmaltino tem apenas uma vitória em sete partidas. Pegar o elevador é imperativo para o Vasco da Gama de Barbieri, não dá para brincar em serviço. Há formas de fazer essa equipe jogar, tem tempo de treino o suficiente para isso. Em pelo menos cinco dos sete jogos que o Vasco fez até agora no Brasileirão, o contexto foi: O time bem na primeira parte do primeiro tempo e, em seguida, é simplesmente um deserto de ideias. O que deve fazer a diferença para o cruzmaltino é MANTER o nível de competitividade notado em inícios de partidas, para isso, a mentalidade precisa estar intacta. Estamos falando de pontos corridos, a consistência é a fórmula para se sair bem.
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