Por Diogo Nogueira
A relação entre Vasco e Nenê rendeu algumas histórias que a torcida vascaína guarda com carinho, porém, foi dado sim muito crédito sem sentido ao “Vovô” para que se tornasse “ídolo”. O Nenê de 2015 e 2016, do carioca e da Série B, conquistou milhões de vascaínos com todo o mérito, foi campeão carioca e optou por continuar no clube, jogando a Segunda Divisão. Todavia, no fim de sua primeira passagem pelo Vasco ele já não entregava mais o mesmo e saiu de forma conturbada. O Vasco da Gama do século XXI se tornou super carente de ídolos, e Nenê acabou usufruindo desse cenário. Ele não devia ter voltado em 2021, a essa altura, se mostrava útil em bolas paradas e só. O futebol nos dias de hoje contém alta intensidade, e o Nenê não pode atender mais a esse aspecto, simples assim.
A saída do Nenê do Vasco tem sido bastante discutida. Respeito quem considera o Vovô como ídolo, até porque isso é algo pessoal. Mas, na verdade, o meia pouco proporcionou ao Vasco a ponto de ser considerado isso. O seu melhor momento no Gigante provavelmente foi em 2017, quando foi bastante útil com sua capacidade técnica e liderança ao guiar a equipe para a classificação da Libertadores de 2018. Porém, o que estou querendo dizer é que foi dado muita “passada de pano” ao Nenê por ele ser essa figura na qual força muita identificação com a torcida vascaína. De 2015 a 2017, dá para dizer que o atleta foi importante e carregava a construção do time nas costas, no entanto, com o passar do tempo ele perdeu totalmente o ritmo e, enquanto isso, boa parte dos vascaínos já estavam acomodados em relação ao que Nenê apresentou nos primeiros toques na bola.
O pensamento de que “ele é nosso camisa 10 e pode dar o passe decisivo do jogo” pode até ter sentido, mas o fato é que ele tem feito cada vez menos isso, e sim atrapalhado a velocidade dos contra-ataques, errado passes simples e quebrado todo ímpeto ofensivo que a equipe poderia ter, tornando qualquer avanço do meio-campo para o ataque menos dinâmico. Além disso, a posição dada a Nenê nos últimos anos levou o próprio jogador a ter atitudes que culminavam em um clima conturbado, no caso eu me refiro às vezes que ele saia enfurecido após ser substituído, o que passa a ideia de que é “o dono do time”, algo absolutamente inaceitável. A saída em definitiva de Nenê do Vasco demorou demais, mas parece que finalmente está acontecendo.
No elenco cruzmaltino atual, Nenê é reserva e há torcedores que concordam com a decisão, aceitando que o Vasco enfrenta novos ares e novos desafios. Uma nova era está em construção no clube, não dá mais para contar com um jogador de 41 anos. A primeira passagem de Nenê durou quatro temporadas basicamente, e quando voltou ficou mais um ano, isso é tempo o bastante para se tornar ídolo? Sim, mas na minha visão não foi o que aconteceu. Para se tornar ídolo no Vasco da Gama é necessário de mais do que foi feito, não houve relevância o suficiente. A identificação de Nenê com vascaínos que viram seu time de mal a pior é algo admirável e importante, contudo, o pedestal que o jogador passou a ganhar, mesmo com muitas atuações abaixo, é incompreensível. Para o Vasco voltar a ser Vasco, o time precisa de mais do que isso. A saída de Nenê, pelo menos como jogador de futebol, passa o seguinte recado: O Vasco não está mais parado no tempo!
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