Opinião: Apura-te Vascaíno, pois os abutres desmemoriados estão rondando a Colina

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Escrito por Rodrigo Cordeiro

Você que é vascaíno ou vascaína, este que vos escreve vem, por meio desta humilde coluna, lhes pedir para não sofrerem do mal que acomete aos torcedores do resto de nossa cidade e país. Há muito tempo que o Vasco vem nos fazendo repensar nossa avidez por assistir ao escrete da Cruz de Malta adentrar ao gramado e enfrentar adversários de todos os cantos do Brasil, e não tiro a vossa razão. Porém, o que estou aqui para lembrá-los é que, diferentemente do que tentam lhes fazer acreditar a mídia marrom e seus queridinhos, o mundo do futebol não começou no início do Século XXI.

A tarefa é ingrata, eu sei, afinal de contas são mais de duas décadas com desprazeres causados por aqueles que comandam nossa caravela com tamanho desdém que nos causam enjôos mesmo nos mares mais tranquilos. Mas também não são desses que quero lembrar-los.

O que quero é que vocês, bravos guerreiros e guerreiras da barreira, não se deixem diminuir por aqueles que sofrem da falta de memória, seja por desconhecimento histórico, seja por desinteresse pela verdade, ou pelo simples mau-caratismo que acomete a grande maioria destas pessoas que não possuem um coração vascaíno.

O Vasco ainda é o nosso Vasco – Foto: Paulo Fernandes/Vasco/Divulgação

Vascaíno, mantenha-se firme!

Não faz muito tempo que o hoje líder do certame nacional estava por se debulhar em farrapos por anos a fio, contando com sua velha guarda pra manter a chama acesa. E agora, vejam vocês, voltam-se contra nós, que estivemos ali ao seu lado quando seus vizinhos da zona sul se deleitavam em seus desalinhos, e nos querem apequenar frente ao seu brilho momentâneo. Não se deixem enganar em suas palavras, continuam sendo apenas um biribinha.

E o que dizer então da família da censura elitista da zona sul. Apregoavam-se inimigos mortais (pura cortina de fumaça), e hoje estão de mãos dadas, serelepes em seu passeio pela Lagoa nobre da cidade, como é de seu feitio desde sua fundação. Eles também querem que o mundo do futebol tenha se iniciado junto com a virada para o Século XXI. Querem que não saibam sob quais preceitos foram fundados e de quais atitudes e manobras se utilizaram para tentar sobressair no esporte que crescia no Rio de Janeiro e hoje é o maior do mundo.

E não precisamos ir tão longe. Destas mesmas décadas que estamos sofrendo, eles também já sofreram. A mãe levou 26 anos para se ver novamente campeã nacional, e nesse meio caminho foram viradas de mesa, puladas de séries, e ainda um mergulho no canto mais profundo das tabelas brasileiras até então.

Já o filho, esse muito mais peralta, ano após ano vem se utilizando do poder de sua mãe postiça (a Vênus Platinada) para obter vantagens financeiras, pelo menos meia dúzia de títulos com asterisco e heróis com nome e sobrenome (vide Marcelo de Lima Henrique, só pra citar um) e, ainda sim, levaram quase quatro décadas pra chegarem ao topo da América novamente, não sem ficar neste meio tempo capengando e se mantendo a troco de novas manobras e até, pasmem, ao fim de um clube tradicional do nosso estado vizinho.

Portanto, meus amigos e amigas, haverão Dyegos, Natálias, Natãs, Andrés, Binhas e outros vários e várias que irão querer te fazer crer que o mundo do futebol só começou no Século XXI. Eles só querem esconder suas raízes e histórias torpes e transparecer que tudo é lindo em seu parco mundinho.

Então, novamente lhes peço, não se deixem enganar! Apura-te Vascaíno e Vascaína, pois os abutres desmemoriados sempre irão rondar a Colina.

O navegador Vasco da Gama chega à Índia – Foto: Veloso Salgado, 1898

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