Opinião – É cedo, mas a ”777 Partners” está caminhando a passos largos para ser a pior SAF do Brasil

Por Fabio Torres – Eu começo o texto falando que é cedo para cravar que a ”777 Partners” é a pior SAF do Brasil. Dá tempo de mudar e recuperar o prestígio (espero que aconteça), mas por tudo o que apresentaram até o momento, podemos imaginar que o Vasco será o pior clube-empresa do país. NOVAMENTE: ESPERO QUE RECUPEREM A AGREMIAÇÃO.

O trabalho começou errado. A companhia norte-americana se equivocou nas escolhas primordiais para o futebol – o diretor executivo e o treinador. O resultado não poderia ser outro: último colocado do Campeonato Brasileiro.

Paulo Bracks chegou para tocar o maior projeto da história do Gigante da Colina, tendo trabalhado em apenas um time de massa na sua carreira, que foi o Internacional. Acabou demitido do Colorado. Sua maior conquista como gerente foi levar o América-MG para a semifinal da Copa do Brasil de 2020.

Bracks foi trazido pela 777 para ser o contratante do Vasco sem ter uma bagagem na profissão. Chegou sem ter um histórico de negociações interessantes no futebol. Pelo que tudo indica, é um profissional de poucos contatos no esporte. Pode ser que vire o melhor gerente do Brasil, mas ainda não tem nada para ”vender o seu peixe” no mercado.

O Maurício Barbieri não fica muito atrás. Só trabalhou no Flamengo de massa e fez um trabalho razoável. Ficou alguns anos no Red Bull Bragantino e até conseguiu bons resultados. Levou o ”Massa Bruta” para uma Libertadores da América pela primeira vez, mas é pouco para o maior projeto da história do Vasco.

Vale dizer que a 777 começou a acertar. Está tentando consertar os erros. Fechou com um treinador de peso e bastante vitorioso. A pergunta que todo mundo faz: por que não trouxe este perfil no início do ano? Esperou dar tudo errado para contratar um profissional que tem selo de qualidade? Ramón é o maior vencedor da história da Argentina. Pode dar errado? Claro que pode, mas quase ninguém contesta a escolha.

Modo de gestão fria da 777

Outro ponto que incomoda demais os torcedores é a distância da 777 do clube. Os membros da empresa não aparecem nunca e dão a entender que não estão ligando para o momento do Vasco. Nunca dão satisfação para os torcedores. Passam uma sensação de frieza que incomoda demais os vascaínos. Diferente de outros SAFs, como a do Cruzeiro e a do Botafogo. Ronaldo e Textor estão sempre presentes.

Comparando a 777 com as outras SAFs

Vamos comparar somente com Cruzeiro, Bahia e Botafogo que já possuem um tempo de trabalho. Vamos descartar as outras, porque viraram SAF há pouquíssimo tempo.

Cruzeiro

A Raposa, que é gerida pelo Ronaldo, está fazendo o que se propôs nos primeiros anos. Colocando as coisas em ordem para colher frutos mais na frente. Montou uma equipe de operários que deve conseguir os pontos necessários sem sustos. Lembrando que o time mineiro fez uma baita contratação neste mercado da bola, que é o meia Matheus Pereira – camisa 10 que se encaixaria perfeitamente no que o Vasco está precisando.

Diferente do Ronaldo, a 777 prometeu times fortes e que brigariam por tudo já nos primeiros anos. Não está nem perto disto. Eliminado precocemente da Copa do Brasil e é o lanterna do Brasileirão.

Bahia

É uma SAF que tem encontrado dificuldades no Campeonato Brasileiro, mas é um time mais pronto que o Vasco. Sabe o que quer na competição e está em uma colocação melhor que a do Gigante da Colina. Bom ressaltar que o Tricolor virou empresa durante o torneio nacional. Portanto, nem teve tempo para o Grupo City fazer muitas coisas.

Botafogo

A melhor SAF disparada. Não é líder por à caso. O John Textor investiu pesado em profissionais de scout e o resultado é nítido. O Glorioso achou diversos jogadores pelo mundo que estão arrebentando no Brasileirão. Além disso, Textor está sempre na área. Chegou a assistir a um jogo junto da torcida. Sente o clube. Participa. Diferente da 777.