Larissa Ferrari diz estar sendo alvo de ameaças nas redes sociais desde que vieram a público suas denúncias contra o jogador do Vasco; investigação corre sob sigilo
A advogada Larissa Ferrari, que denunciou o jogador Dimitri Payet, do Vasco, por agressões físicas, psicológicas e sexuais, afirmou estar sofrendo ameaças de morte e ataques nas redes sociais. Segundo ela, desde que o caso se tornou público, páginas de torcedores e perfis anônimos passaram a divulgar conteúdo ofensivo e ameaçador.

“Já recebi mensagens dizendo que iam me matar a tiros, a tijoladas… Todos os dias recebo mensagens me ridicularizando por ter bebido urina, dizendo que fui eu quem me coloquei nessa situação”, relatou Larissa em entrevista ao jornal Extra.
Ela registrou um novo boletim de ocorrência e disse que deixou o Rio de Janeiro por medo, abandonando seu trabalho como corretora imobiliária no Recreio dos Bandeirantes. Atualmente, Larissa está no Paraná e diz se sentir “insegura, sem poder retomar sua vida”. Segundo a advogada, a proximidade entre sua antiga residência e a casa de Payet seria um risco à sua segurança.

Laudos, perícias e alegações
Larissa passou por duas perícias físicas e uma psicológica. Os laudos médicos apontaram marcas e cicatrizes por ação contundente, embora sem detalhar a origem exata das lesões. As feridas estavam localizadas no antebraço, perna, região glútea e coxa.
Na avaliação psicológica, o diagnóstico foi de transtorno de personalidade borderline. Ainda assim, o laudo apontou indícios consistentes de que a advogada foi vítima de violência física, psicológica e sexual.
Segundo ela, o relacionamento com Payet começou em agosto de 2024 com trocas consensuais de mensagens, mas teria mudado de natureza a partir de dezembro. Larissa afirma que o francês passou a usar o termo “punição” para justificar práticas sexuais cada vez mais agressivas, muitas vezes associadas a castigos por ciúmes ou comportamentos que ele considerava errados.

A advogada relatou episódios em que teria sido obrigada a realizar atos humilhantes, como beber água do vaso sanitário, lamber o chão e ingerir urina, sob pressão emocional e ameaças veladas. Ela também relatou atos sexuais forçados, com violência física, incluindo agressões com marcas visíveis e frases depreciativas.
Investigação em andamento
O caso foi registrado na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Jacarepaguá, no Rio, e na delegacia de União da Vitória, no Paraná. Um inquérito foi instaurado e segue em sigilo, com base nos boletins registrados nos dias 29 e 30 de março.
Até o momento, Payet e sua assessoria não se manifestaram publicamente sobre o caso. A defesa do jogador ainda não se pronunciou oficialmente.
Larissa afirma que tornar público o caso foi uma decisão difícil, mas necessária:
“Fui julgada, sim. Já esperava. Mas entre ser julgada e me proteger, preferi me proteger.”
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