Dívidas no Vasco: o que a 777 Partners está fazendo para mudar a situação?

Vasco

As dívidas do Vasco têm tirado o sono dos seus torcedores. O curioso é que a chegada da empresa estadunidense 777 Partners era a esperança do fim dessas dores de cabeça e chacota dos rivais.

No entanto, as recentes notícias de pagamentos atrasados na montagem do time mostram que o calvário cruzmaltino dos últimos 20 anos parece longe de acabar. Mas para os administradores da Vasco SAF, as dívidas estão controladas e esses atrasos eram esperados por conta da ordem de prioridade que focou em manter salários e as parcelas do Regime Centralizado de Execuções (RCE) em dia.

Desse modo, foi preciso renegociar pagamentos e prazos mas clubes como Atletico Tucumán-ARG e Nacional-URU, cogitam acionar a FIFA caso os pagamentos referentes a Capasso e Pumita, respectivamente, não sejam regularizados.

Além deles, os representantes do Andrey Santos ameaçam ir à Justiça por não receberem suas comissões por conta da venda do jovem volante ao Chelsea-ING.

Sem dúvida, um caldeirão de problemas pulsando tão forte como São Januário em dia de jogo.

Aporte da 777 no Vasco vai equacionar dívidas

O Vasco da Gama teve seu departamento de futebol adquirido pela 777 Partners por um montante total de R$ 1,4 bilhões.

Isso porque os estadunidense se comprometeram a injetar R$ 700 milhões no clube até 2025 e saldar as dívidas, hoje também em R$ 700 milhões. Com mais os 30% que ficaram com o modelo associativo chegamos ao valor total da SAF de R$ 1,7 bilhões, um acordo impensável para qualquer clube de futebol do Brasil.

Seguindo esse planejamento já foi feito um primeiro aporte de R$ 120 milhões onde 32% desse valor foi usado para pagar custos operacionais – correntes e atrasados e outro percentual acima de 50% destinado para o pagamento de dívidas e contratações dos novos atletas.

Tais negociações, aliás, geraram um total a pagar de R$ 16,6 milhões em comissões a agentes e cerca de R$ 6 milhões em luvas para os jogadores. Fora os R$ 70 milhões emprestados antes da 777 assumir o Vasco onde foram basicamente usados para pagar dívidas de outras naturezas, acordos trabalhistas, custos e despesas diversos e contratação de jogadores que ajudaram a subir o time em 2022.

Isso não significa que o dinheiro acabou, principalmente porque o próximo aporte da empresa vai justamente saldar todos esses infortúnios recentes. Veja o calendário de valores que ainda serão investidos no Gigante:

  • 2022: R$ 70 milhões (empréstimo) + R$ 120 milhões (1º aporte)
  • 2023: R$ 120 milhões (2º aporte)
  • 2024: R$ 270 milhões (3º aporte)
  • 2025: R$ 120 milhões (último aporte)

Assim sendo, o que está ocorrendo é apenas um fluxo de caixa, algo indispensável para uma gestão financeira séria. Como a maior parte dos valores colocados no Vasco pela 777 foram para pagamento de dívidas, o departamento de futebol atacou o mercado da bola com 16 reforços custando R$ 110 milhões com pagamentos parcelados justamente para não interferir no fluxo de caixa da empresa.

E é com base nisso que a SAF vai apostar na geração própria de receitas para manter o investimento no elenco – fundamental para o restante da temporada – e o funcionamento do clube.