Treinador elogia Pedrinho, minimiza estrutura precária e diz que quer recuperar elenco atual antes de contratar.
Apresentado oficialmente nesta quinta-feira (15), no CT Moacyr Barbosa, Fernando Diniz fez questão de deixar sua marca logo de início: quer construir um Vasco vencedor com o que já tem em mãos. Ao lado do CEO Carlos Amodeo, o treinador recebeu a camisa 10 e falou por 45 minutos com a imprensa — tempo suficiente para elogiar Philippe Coutinho, enaltecer Pedrinho e dar uma cutucada na obsessão por reforços.
“Ainda não indiquei ninguém. E, pra ser sincero, não gosto de contratar muita gente. Nosso maior reforço precisa ser recuperar quem já está aqui”, disse, em tom direto.

Diniz assumiu o cargo após nove jogos sem vitória do Vasco e, mesmo com pressão, acredita que o elenco atual tem potencial para reagir. “Não pode desmontar porque tomou um gol. Vamos trabalhar o lado mental, emocional e físico. Isso é futebol”, completou o técnico, que ressaltou a importância de um trabalho coletivo e profundo.
Coutinho e a liderança técnica
Ao falar sobre Philippe Coutinho, Diniz não economizou elogios.
“É um presente para o futebol brasileiro. Se estiver bem, vai jogar. É referência e liderança positiva”. O treinador também comentou sobre Alex Teixeira e Souza, indicando que todos terão espaço se estiverem em boas condições físicas e técnicas.

Para Diniz, ser campeão começa longe da taça. “Para mim, ser campeão de verdade é todo dia. Para gente ser exemplo de gente assim, não precisa necessariamente ganhar taça. Vai ser efeito, não a causa. Temos controle sobre a causa. Quando os problemas aparecem, temos a tendência de empurrar o problema, mas ninguém pega para resolver. Precisamos de muito trabalho, de muita gente. Estou muito feliz de vir para cá, estou mais preparado do que quando assumi o Fluminense. Espero que eu consiga ajudar”, afirmou.
Apesar de reconhecer as limitações da estrutura, Diniz relativizou a situação. “Prefiro um hospital ruim com médicos bons. Aqui tem profissionais excelentes. O CT está longe do ideal, mas temos o que é necessário para treinar”.
Próximos passos do Vasco
“Vou trabalhar trabalhando (o mental). É difícil responder (risos). Estou trabalhando no meu limite máximo, conversar com os jogadores, mostrar vídeo. Um momento difícil pode te colocar para baixo ou pode ser um grande trampolim. Temos que nos fortalecer, acho que os jogadores estão entendendo. Eles oscilaram mais para baixo que para cima, mas tiveram bons momentos também. Repito: tenho muita confiança nos jogadores e na direção. Se a torcida cobrar, temos que saber absorver a cobrança. Todo mundo sabe que a torcida do Vasco é uma força da natureza, nós temos que criar uma conexão com eles.
Com a estreia já feita na derrota para o Lanús, Diniz terá mais tempo para treinar antes de enfrentar o Fortaleza, neste sábado, em São Januário. Um jogo que representa mais do que três pontos: pode marcar o início da reabilitação emocional de um elenco fragilizado.
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