Alexandre Mattos deu uma entrevista nesta quinta-feira (05) no Charla Podcast como relatamos aqui. E o ex-diretor executivo do Vasco, hoje no Cruzeiro, falou sobre diversos assuntos. Entre eles, o seu tempo como dirigente na Colina.
E sobre isso, Mattos acabou tocando no tema sobre qual era o objetivo da 777 Partners, enquanto dona da SAF cruzmaltina. E a resposta não agradou nem ele nem a torcida vascaína:
“Eu perguntei várias vezes o propósito: fazer dinheiro? Ganhar título? Nunca me foi dito. O meu defeito foi eu não ter alinhado tudo no início. Me passaram um baita de um projeto, eu queria trabalhar no Rio, foi muito rápido. Não deu certo, as reuniões que eu tinha eram sempre no confronto: “Quer fazer? Vamos fazer, mas não vai dar certo”. Tinha uma frase famosa sobre o Flamengo (Josh Wander, em março de 2022: “Vai ser a última vez na história que o Vasco vai jogar contra o Flamengo com desvantagem no orçamento“). Eu falava que tinha que derrubar isso, porque não é isso que está acontecendo: “Ah, mas vai acontecer a longo prazo”. A torcida do Vasco não suporta isso.”
A tensão era tão grande que Mattos começou a cogitar sua saída do Vasco, o que ocorreu 100 dias após sua chegada. Mas segundo ele, poderia ter acontecido até antes:
“Chega uma hora que é melhor sair logo do que não ter saída. Eu comecei a dizer “pode me tirar, deixa eu seguir minha vida”. Aí teve a entrevista, em que eu fui muito educado, mas fui transparente. A verdade tem que permanecer sempre. Já cansei de ver crises por causa de falta de comunicação.”
Mattos fala sobre jogadores contratados em sua gestão
Ao comentar sobre os jogadores que chegaram no período que esteve à frente da gestão do futebol, Alexandre Mattos optou pelo cavalheirismo:
“Não vou falar, porque os jogadores estão lá, eu gosto de todos. Mas teve várias situações. Eu falava “com esse dinheiro a gente monta um time competitivo”. A 777 foi extremamente correta comigo, faltou da minha parte ser mais incisivo. Conheci pessoas e fiz relações muito boas, o Nico [Maya], o Johannes [Spors], o Josh. É o casamento que não deu certo, só agradeço a oportunidade de ter conhecido de perto o Vasco.”
Contudo, ele vê com alegria o sucesso de atletas como David, João Victor, Sforza e Adson, além do técnico Rafael Paiva, que ele buscou da base do Palmeiras. Mattos também enalteceu jogadores como o contestado zagueiro Léo e o inigualável artilheiro Pablo Vegetti:
“Não só o Rafael Paiva. Quando vejo o David bem, parece que a torcida entendeu o papel dele agora, o João Victor, o Sforza, o Adson… Eu fico feliz, porque eu tive que vender um sonho para eles. Mais que isso é ver o Vasco o bem, porque criei um carinho. Gosto muito do Pedrinho e torço por ele, foram corretos comigo, fizemos um acordo. Conheci pessoas lá, o Léo Pelé, que baita profissional, um líder. Léo Jardim, Piton, Vegetti… O Vegetti eu tentei levá-lo para o Athletico.”
Veja a entrevista completa de Alexandre Mattos:
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