Felipe

No panteão de grandes jogadores que vestiram a camisa do Vasco da Gama, há um nome que ressoa como um hino de glórias e conquistas: Felipe. O lendário lateral, conhecido como “Maestro,” não apenas se tornou uma figura emblemática no futebol brasileiro, mas também escreveu seu nome na história do Gigante da Colina como um dos maiores ídolos e detentor do maior número de títulos conquistados pelo clube na posição.

Nascido em 30 de junho de 1977, no Rio de Janeiro, Felipe Loureiro teve uma carreira marcada por técnica refinada, visão de jogo apurada e uma habilidade ímpar de desequilibrar nas laterais do campo. Iniciando sua trajetória nas categorias de base do próprio Vasco, Felipe rapidamente ascendeu às fileiras profissionais, e sua estreia pela equipe principal aconteceu em 1996.

O talento de Felipe não passou despercebido, e sua rápida evolução fez com que se tornasse um dos jogadores mais destacados da geração vascaína da década de 1990. Inicialmente atuando como lateral-esquerdo, sua versatilidade permitia transições elegantes entre defesa e ataque, fazendo dele uma peça-chave nas estratégias do técnico e querido ícone vascaíno, Antônio Lopes.

Uma das características mais marcantes de Felipe era sua capacidade de conduzir a bola com maestria pelo flanco esquerdo. Dribles desconcertantes, cruzamentos precisos e uma visão estratégica tornavam cada incursão sua no campo um espetáculo para os torcedores. Seja como lateral ou, posteriormente, como meio-campista, o “Maestro” demonstrava uma maestria única na condução do jogo.

Em uma transição que moldaria seu legado, Felipe foi gradativamente deslocado para o meio de campo. Sua inteligência tática e habilidades técnicas refinadas o tornaram um meio-campista completo. Com visão panorâmica e passes precisos, ele dava ritmo ao jogo vascaíno, conectando defesa e ataque com eficiência ímpar.

Contudo, mesmo com sua presença destacada no meio-campo, Felipe jamais deixou de brilhar como lateral. As campanhas vitoriosas do Vasco nos anos 1990 são marcadas por sua influência direta. Entre 1997 e 2001, o “Maestro” participou de conquistas épicas, incluindo o bicampeonato brasileiro em 1997 e 2000, a Copa Libertadores da América em 1998 e a inesquecível vitória na final do Mundial Interclubes contra o Barcelona, também em 1998.

O ano de 2000 foi emblemático para Felipe e o Vasco. A conquista da Copa Mercosul e a Recopa Sul-Americana solidificaram sua posição como um dos maiores laterais da história do clube. Seu entendimento táctico e contribuição para os feitos grandiosos do time o tornaram um líder nato, respeitado pelos companheiros e adorado pela torcida.

Felipe, o lateral que se transformou em maestro, personificou a era áurea do Vasco da Gama no final do século XX. A fusão de técnica refinada, visão estratégica e uma paixão indomável pelo clube construíram uma carreira brilhante. Seu legado como o jogador com o maior número de títulos na posição de lateral no Vasco é uma prova incontestável de sua contribuição singular para a história do clube.

Após sua passagem vitoriosa pelo Vasco, Felipe ainda teve passagens por outros clubes, mas foi em São Januário que ele alcançou a plenitude de seu futebol e fez história. A aposentadoria de Felipe dos gramados não apenas encerrou uma carreira notável, mas também deixou uma marca indelével na memória dos vascaínos, que sempre reverenciam o “Maestro” como um dos maiores ícones do clube e do futebol brasileiro. Felipe, o virtuoso das laterais, será eternamente celebrado como uma peça fundamental no concerto glorioso do Vasco da Gama.

• Campeonato Brasileiro: 1997 e 2000
• Campeonato Carioca: 1998
• Copa Libertadores da América: 1998
• Torneio Rio-São Paulo: 1999
• Copa Mercosul: 2000
• Copa do Brasil: 2011
• Campeonato Carioca: 2004
• Campeonato Carioca: 2005
• Liga do Qatar: 2005-2006 e 2006-2007
• Qatar Crown Prince Cup: 2006 e 2008
• Emir of Qatar Cup: 2007
• Copa América: 2004