Eurico Miranda, o emblemático dirigente, responsável direto nas grandes conquistas do Vasco da Gama, nos deixou à 6 anos atrás, no dia 12 de março de 2019. A polêmica figura dividiu e divide opiniões até nos dias atuais, porém, gostando ou não, Eurico Miranda é uma grande figura vitoriosa na história do nosso clube.
Hoje, na nossa coluna, teremos a participação especial de Sérgio Frias, benemérito do clube desde 2017, ex-vice-presidente do Conselho Deliberativo do clube no triênio 2015/2017, ex-candidato à presidência do clube em 2020, candidato a vice-presidente do clube em 2023, membro do grupo político Casaca, desde outubro de 2008, apresentador do programa Casaca! no Rádio entre 2009 e 2014, colunista, narrador, comentarista, repórter e editor do próprio site.
Deixo os meus agradecimentos especiais à Sérgio Frias, por permitir-nos de ter a sua participação em nosso site e ao meu amigo pessoal, Eduardo Coutinho, que junto comigo e outras pessoas especiais, fundamos o núcleo da torcida VasRecife em 2024.

Outro patamar em relação aos rivais
Façamos aqui um breve resumo do que significou em termos de resultados práticos a passagem de Eurico Miranda no Vasco.
Diferentemente daquilo que é arrotado por muitos, ter supremacia no estado (contra seus três outros grandes adversários no limite da cidade e dividindo mercado) é exatamente o que possibilita crescimento para fora, independentemente de uma performance estadual que não se retrate num bom rendimento interestadual ou nacional, como, por exemplo nas competições seguintes aos títulos conquistados nos Campeonatos Cariocas de 1929, 1934, 1945, 1947, 1950, 1956, 1970, 1987, 1993, 1994, 2003, 2015, 2016.

Tais títulos estão registrados na história vascaína, que não possui apenas 13 a serem considerados e sim próximo do triplo, contando exatamente os Campeonatos Cariocas. Dito isto, vamos aos itens mais emblemáticos:
Performance do Vasco:
Janeiro de 1986 a Junho de 2008/Janeiro de 2015 a Dezembro de 2017:
Confrontos diretos:
Vasco 41 x 23 Botafogo*
OBS: Uma vez o clube de General Severiano preferiu não ir a campo e tomar de W.O. (1998)
OBS 2: Maior goleada da história do confronto (diferença de gols da história do clássico) em 2001 – 7 x 0
OBS 3: Maior sequência de vitórias contra o adversário – 1992 a 1993
Vasco 45 x 41 Flamengo*
OBS: Duas vezes o clube da Gávea preferiu não ir a campo e tomar de W.O. (1997 e 1998)
OBS 2: Recorde vascaíno de eliminações consecutivas em confrontos diretos contra o adversário (2015, 2015, 2016)
Vasco 43 x 23 Fluminense
OBS: Maior sequência de vitórias contra o adversário – 1999 a 2000

Disputa de taças:
Vasco 3 x 3 Botafogo (1990*, 1997 (2), 2015, 2016, 2017)
*Na disputa de 1990 o Botafogo não foi a campo disputar a prorrogação, após ter vencido no tempo normal, o árbitro da partida registrou o abandono, mas o Botafogo venceu no tapetão.
Vasco 9 x 8 Flamengo (1986 (2), 1987, 1988 (2), 1993, 1996, 1998, 1999 (3), 2000 (2), 2001, 2003, 2004, 2006)*
*Desconsidera-se aí a Taça GB conquistada pelo Vasco em 1992 diante do Flamengo e a Taça Rio de 1996, vencida pelo Flamengo sobre o Vasco, porque a vitória de Flamengo em 1992 e de Vasco em 1996, num único jogo previsto na tabela, por qualquer placar, não daria a taça para nenhum dos dois e sim, apenas, a chance de disputar o título, aí sim, contra o adversário, numa partida extra.
Vasco 8 x 0 Fluminense (1988, 1992, 1993, 1994 (2), 2003*, 2004, 2016)
*Desconsidera-se aí a Taça Rio, conquistada pelo Vasco em 2003, porque no certame quadrangular que valeria a taça, disputado por Vasco, Americano, Flamengo e Fluminense, o Vasco marcou 6 pontos nos 2 primeiros confrontos, contra 4 do adversário em seus 2 primeiros confrontos.
Com isso, apenas o Vasco poderia ser Campeão da Taça Rio em vencendo a primeira partida decisiva do campeonato, o que, de fato, ocorreu com uma vitória de 2 x 1 frente ao tricolor, que, naquela oportunidade não tinha como conquistar a Taça Rio, mesmo se vencesse por qualquer margem de diferença.
Número de Títulos Oficiais levantados pelos quatro clubes no período:
Vasco – 37 títulos
Libertadores – 1998
Copa Mercosul – 2000
Brasileiro – 1989, 1997, 2000
Torneio Rio-São Paulo – 1999
Torneio Interestadual João Havelange – 1993
Carioca – 1987, 1988, 1992, 1993, 1994, 1998, 2003, 2015, 2016
Copa Rio – 1992, 1993
Taça Guanabara – 1986, 1987, 1990, 1992, 1994, 1998, 2003, 2016
Taça Rio – 1988, 1992, 1993, 1998, 1999, 2001, 2003, 2004, 2017
Terceiro Turno do Campeonato Carioca – 1988, 1997
Flamengo – 30 títulos
Copa Mercosul – 1999
Copa Ouro – 1996
Brasileiro – 1992
Copa do Brasil – 1990, 2006
Copa dos Campeões do Brasil – 2001
Carioca – 1986, 1991, 1996, 1999, 2000, 2001, 2004, 2007, 2008, 2017
Copa Rio – 1991
Taça Guanabara – 1988, 1989, 1995, 1996, 1999, 2001, 2004, 2007, 2008
Taça Rio – 1986, 1991, 1996, 2000
Terceiro Turno do Campeonato Carioca – 1987
Botafogo – 14 títulos
Copa Conmebol – 1993
Brasileiro – 1995
Torneio Rio-São Paulo – 1998
Campeão Carioca – 1989, 1990, 1997, 2006
Taça Guanabara – 1997, 2006, 2015
Taça Rio – 1989, 1997, 2007, 2008
Fluminense – 8 títulos
Copa do Brasil – 2007
Carioca – 1995, 2002, 2005
Taça Guanabara – 1991, 1993, 2017
Taça Rio – 2005

Registramos, independentemente disso, que o maior período da história do Vasco no futebol, ocorreu entre 1944 e 1953, com à época 15 títulos oficiais conquistados, relembrando que o 16º deles e mais emblemático, foi reconhecido, com status de Taça Libertadores, exatamente por ação nos bastidores de Eurico Miranda junto à Conmebol, 48 anos depois, contando ainda com a ajuda de seu filho Mario Angelo, hoje Professor Doutor em História.
Por fim, sobre um assunto muito focado e cada vez mais bem elucidado com o tempo, vale relembrar que a dívida recebida por Eurico Miranda quando chegou à presidência do clube estava na ordem de aproximadamente 150 milhões de reais (70 milhões em ativos de atletas foram perdidos com o advento da Lei Pelé no início do século), sem contar reservas de contingências nessa conta.
Com a troca de poder, em julho de 2008, mudou-se, por iniciativa da gestão sucessora, o tamanho da dívida do clube referente ao dia em que ela o assumiu (01/07/2008), passando-a de 190 milhões para 354 milhões de reais (considerando reservas de contingências).
Após seis anos e cinco meses da gestão do MUV, encerrada em dezembro de 2014, a dívida do Vasco praticamente triplicou, considerando o número de 190 milhões de reais ou praticamente dobrou, considerando o número de 354 milhões de reais, interpretado pelo MUV. O Vasco foi deixado em 2014 com 688 milhões em dívidas.
Com o retorno de Eurico Miranda ao clube, em um triênio, a dívida caiu para 645 milhões de reais na visão dos financistas da gestão seguinte que assumiram o Vasco em 2018 e para 589 milhões de reais, segundo decisão do Conselho Deliberativo, ocorrida também naquele ano.
De 2018 para cá, gerido por outros, a dívida do clube cresceu cerca de 800 milhões de reais ou mais, sem qualquer conquista de campeonato ao longo do período, mas sim com a continuação de um discurso de coitadismo (visto de julho de 2008 a dezembro de 2014), de desculpas, esquivas, vontades por venda, por entrar o Vasco em concordata, sem que ninguém ouse se posicionar, uma vez gerindo, em clara posição de defesa institucional, preservando a independência do clube como preceito.
Sérgio Frias
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