Opinião – Parcerias com a 777 Partners podem não ser bons negócios para o Vasco; entenda!

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Sim, vascaíno, você deve estar feliz. Para quem subiu para a Série A no sufoco, vinha de dois anos sem ganhar do arquirrival, sem ganhar clássicos, sem dinheiro, salários atrasados, piadinhas incômodas, ter uns dias de alegria como estamos tendo é motivo de muito orgulho para quem resolver torcer para o Vasco da Gama.

Se já tínhamos a história mais bonita do futebol, agora temos de preparar o terreno para criar a maior saga de reconstrução já vista no planeta bola. E tudo isso, graças à 777 Partners que resolveu investir no Gigante da Colina, adquiriu a área dos 11 contra 11 e o transformou em clube-empresa.

Por causa disso, o Vasco já tem o 9º elenco mais valioso dos que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro. Ao todo, são mais de R$ 374 milhões de valorização de jogadores.

Recentemente, surgiu a notícia de que a 777 Partners pode ter uma parceria vinda de um fundo milionário da Arábia Saudita que administra o clube inglês Newcastle. Obviamente, a notícia foi vista com euforia e também com dúvidas. Como isso vai afetar o nosso clube?

O que se sabe é que os árabes tem a vontade de montar um grande grupo de investimentos em clubes ao redor do mundo tal qual o Grupo City e o Red Bull para citar os mais conhecidos. Também foi ventilado que Josh Wander e cia estiveram conversando com o Todd Boehly e Clearlake Capital, administradores do Chelsea.

A alegria de carregar maiores cifras para o futebol contrasta com o medo de ser um clube ‘satélite’, daqueles que só revelam jogadores para serem enviados para o futebol europeu. Aliado a isso, tem o fato do governo árabe ser famoso pelo totalitarismo e medidas radicais, principalmente contra as mulheres.

Até onde venderíamos nossa identidade para montar times competitivos? Do lado de lá, vimos a morte de 10 crianças. Não gostaria disso no Vasco.

E sem falar que os R$ 700 milhões da 777 Partners já estão sendo aplicados para que o Vasco SAF possa caminhar sozinho em poucos anos e crie uma estrutura que possa ser o divisor de águas como já é no rival, no Palmeiras e no Galo.

Acredito sim que podemos chegar longe do jeito que estamos. Com nossos crias aqui, sendo direcionados de forma gradual ao elenco profissional, com resultados vindo a médio prazo e o mais importante: sem mexer na nossa história de luta e diversidade.

No campo e fora dele, já estamos bem e caminhando para uma temporada bem melhor desde 2011/2012. Não vamos mexer em time que está ganhando – e jogando bem.

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