Por Alvaro Tallarico
Mais uma vez, o Vasco repete o mesmo roteiro: entrega o jogo, “entrega a paçoca”. No Mané Garrincha, a equipe até teve bons momentos, pressionou, criou chances, mas bastou uma falha bizarra de Hugo Moura na pequena área para o Palmeiras marcar e matar a partida. A história se repete. A atuação até foi razoável. O resultado, de novo, não.
Não é exagero. Veja o padrão:
- Vasco x Santos – falha individual
- Vasco x Corinthians – falha individual
- Vasco x Sport – falha individual
- Vasco x Ceará – falha individual
- Vasco x Palmeiras – falha individual
São cinco jogos importantes em que erros bobos e infantis comprometeram o coletivo. E isso sem contar Melgar e outras partidas em que o Vasco cedeu gols inacreditáveis por falta de atenção, irresponsabilidade ou desleixo.

Enquanto alguns jogadores, como Giay, do próprio Palmeiras, se jogam na bola para salvar um gol com raça e entrega, o que se vê no Vasco é apatia, passividade e falta de cobrança interna. A defesa entrega, o meio não reage e o ataque morre na tentativa. Vegetti ainda tira alguns gols mágicos da cartola, mas quando não joga…
Um time que já é tecnicamente limitado, não pode se dar ao luxo de errar tanto e de forma tão previsível. Contra o Palmeiras, o filme foi idêntico ao jogo do ano passado: uma falha, um gol e fim de jogo. Sem reação, sem força – e elenco – para reverter. Apenas um time entregue, desconcentrado e sem alma.

Alma. O Vasco é para quem tem alma, tem raça. A torcida apaixonada tem razão em se revoltar. Não se trata apenas de desempenho. Trata-se de vergonha na cara, de respeito à camisa e, principalmente, de vergonha por repetir os mesmos erros de forma cíclica. Enquanto isso, a zona do rebaixamento vai ficando cada vez mais próxima.
Cresci vendo o Vascão de Edmundo, Mauro Galvão, Romário, Juninho Pernambucano, Valdir Bigode, e tantos outros. Estava no Maracanã no histórico 4 a 1 em cima do Flamengo em 1997, com três de Edmundo. Chorei de emoção. Foi minha primeira vez no Maraca.

Tenho pena dos jovens vascaínos de hoje, guerreiros, gigantes, que não viram tempos áureos. Que saudade de ver o Vascão levantar um título, de ver os adversários com medo da Cruz de Malta.
Passou da hora de cobrança séria. Jogadores acomodados, elenco disperso e uma diretoria que precisa tomar decisões urgentes. Porque, assim como em 2023, o final dessa história já parece escrito – e não é um final feliz.
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