Opinião: Vasco acerta ao inovar com Admar Lopes e mira nova era no futebol

O Vasco precisa entender que o futebol moderno é global, dinâmico, exige repertório e conhecimento de mercado

Por Alvaro Tallarico

A troca de experiências é vital. E não dá mais para apostar apenas no que já conhecemos. É hora de ousar com critério — e o nome de Admar Lopes pode representar exatamente isso.

A trajetória do novo diretor de futebol vascaíno reforça essa mudança de mentalidade. Admar não nasceu diretor, o cargo foi consequência de uma caminhada de mais de 15 anos no futebol europeu. Ele começou sua carreira em 2009, no Porto, como olheiro e coordenador de scouting, com a missão de descobrir talentos. Depois, foi para o AS Monaco, da França, onde se tornou o braço direito de Luís Campos — referência mundial na gestão esportiva, hoje conselheiro de futebol do PSG. Passou ainda pelo Lille, também na Ligue 1, onde coordenou a área de observação técnica.

O cargo de diretor veio em 2020, no Boavista, de Portugal. Desde então, ele ocupa essa função. Mais recentemente, vinha atuando no Bordeaux, um dos clubes tradicionais da França. Seu perfil é considerado ideal para a mudança de rota que o Vasco almeja no mercado de transferências: alguém com conhecimento global, atento a oportunidades tanto para a base quanto para reforços mais prontos, e com capacidade de executar um projeto esportivo ambicioso.

Entre 2009 e 2024, o Vasco acumulou erros — técnicos, financeiros e de planejamento. Foram milhões desperdiçados com jogadores que pouco entregaram. A chegada de Admar é uma tentativa de corrigir essa lógica. Com ele, o clube ganha um olhar estratégico, apurado, respaldado por experiência em grandes centros do futebol europeu.

Dar certo ou não é algo que o tempo dirá. Mas o acerto está na tentativa. É louvável ver o Vasco buscar um nome fora do circuito viciado que gira no futebol brasileiro. É apostar na qualidade, na análise, no projeto — e não em atalhos. Nesse momento, o clube precisa de oxigênio, de gestão eficiente e de decisões técnicas. Por isso, sou a favor da inovação. O Vasco precisa de uma reconstrução com visão.

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