”Pagávamos mais do que todos”: CEO revela conversa com outros três do RJ e explica a necessidade da demissão em massa

Uma situação que segue repercutindo muito no Vasco é a demissão em massa do clube. A diretoria precisou cortar 186 funcionários da folha salarial e isso gerou bastante barulho na imprensa e na torcida.

O CEO do clube, Luiz Mello participou de uma entrevista no ge.globo nesta sexta-feira e abriu o jogo sobre este assunto. ”Eu vim de um mercado de consultoria. Sempre fazemos um diagnóstico. Levei mais ou menos um mês para entender o que era o Vasco, a quantidade de pessoas por departamento, como poderíamos melhorar os processos. Chegamos à conclusão de que o Vasco tinha muita gente e resolvemos analisar pessoa por pessoa, se era necessário ou não. Descobrimos, por exemplo, pessoas que estavam afastadas por INSS e não precisavam estar mais aqui”, disse o diretor, que prosseguiu.

”Acabamos focando em algumas áreas. O futebol é o nosso foco, a base é um foco. O esporte olímpico, por exemplo, tem que ser autossustentável. Analisamos com lupa cada gasto, tivemos que fazer reajustes de áreas. Analisamos pessoa a pessoa, valor a valor, no quadro móvel. Reduzimos em mais de 55% o headcount (número de funcionários), reduzimos em mais de 50% o valor que pagávamos em um jogo sem público. Quando vi o quanto custava um jogo sem público, vi que não fazia sentido. Por que eu precisava desse pessoal todo? Me falaram que sempre foi assim. Eu disse que precisávamos questionar cada pessoa, cada valor”. comentou.

Mello ainda revelou que conversou com os outros clubes do Rio de Janeiro a respeito do custo e constatou que o Vasco tinha a operação mais cara entre os quatro. ”Não lembro os números exatos. Mas tínhamos quase 80 pessoas trabalhando em um jogo sem público. Por quê? É lógico que eu preciso ter faxina, manutenção, um eletricista. Mas não precisava de 10 pessoas da limpeza. A gente só tinha pessoas na “tribuninha”. Analisei o valor pago com base no mercado. Não tive nenhum problema para perguntar aos outros três clubes (do Rio) qual valor eles pagavam. E nós pagávamos mais do que todos os outros. Tivemos que fazer uma redução, o que gerou uma economia”, completou.