Paulo Bracks, ex-executivo do Vasco, recentemente demitido, abriu o coração ao portal ge sobre sua surpreendente saída do clube carioca. Em um ano marcado por altos investimentos e resultados aquém das expectativas, ele enfrentou um período tenso no comando do departamento de futebol.
Nessa entrevista exclusiva ao Grupo Globo, ele descreveu sua demissão como uma surpresa, especialmente ocorrendo um dia após a confirmação da permanência do Vasco na Série A.
Bracks destacou que sempre teve autonomia nas decisões do departamento, mas existiram outras questões:
O problema maior não foi falta de autonomia, foi a transparência do processo, sobretudo de contratações de atletas, e a fluidez deste processo. Se tivessem sido apresentadas as regras e diretrizes desde o início do trabalho, não haveria perda de tempo.
Ele destacou as complicações causadas pela gestão da 777, afirmando que “a decisão dependia de um processo, e esse processo só foi desbloqueado com meses de trabalho“.
Paulo Bracks expõe relações internas e a dinâmica do clube
Paulo Bracks também falou sobre sua relação com figuras-chave do clube, como Abel Braga, e o impacto da gestão da 777 Partners no cotidiano do Vasco. Já com Ramón e Emiliano Díaz, ele explica que foi o próprio quem os avisou da demissão ao contrário do que parece a imagem de pai e filho se olhando na coletiva pós-jogo enquanto o dirigente falava:
Fui eu que avisei ao Ramón e Emiliano da demissão, poucas horas depois, e a reação deles foi totalmente incompatível com quem sequer pudesse prever algo parecido.
Ele refletiu sobre a necessidade de uma melhor coordenação entre as atividades-meio e as atividades-fim do clube, enfatizando o papel crucial de um CEO eficiente:
CEO precisa ter o domínio das áreas e ser parceiro do futebol. No Vasco tem um papel importante também, que é o diálogo permanente com a 777.
Veja também:
Paulo Bracks defende investimentos e desempenho no mercado
Abordando o tema dos investimentos feitos no clube, Paulo Bracks defendeu as decisões tomadas sob sua gestão:
Investimos R$ 100 milhões, mas arrecadamos mais de R$ 100 milhões.
Sobre o futuro, Bracks se mostrou otimista, apesar dos desafios enfrentados:
O objetivo de 2022 era o acesso. O de 2023 era a permanência. O caminho do clube está pavimentado para uma subida de andar e para disputar títulos grandes.
Paulo Bracks deixou o Vasco com uma mistura de orgulho e desapontamento, mas com a certeza de ter dado o seu melhor em um ambiente desafiador. Suas palavras refletem a complexidade e as pressões de gerir o futebol em um clube histórico como o CRVG, especialmente em um período de transição e mudança.
Por fim, ele disse como se sente:
Saio com a sensação que fiz até mais. Eu e minha equipe de trabalho. Incansáveis. Dedicaram ao Vasco o que não dedicam às famílias. Eu também.
Nunca trabalhei tanto para reverter uma situação e fazer dar certo. E valeu a pena. Não arrependo. O objetivo de 2022 era o acesso. O de 2023 era a permanência. O caminho do clube está pavimentado para uma subida de andar e para disputar títulos grandes. A nova era começou e está aí. Só não enxerga quem não quer ver.
Peguei um time de Série B. Deixei um time de G-7 da Série A. Ninguém apaga isso. Os haters podem até contar a história de uma forma diferente e pior, mas o final é um só e não podem mudar. Contratos fortes, seguros, atletas valorizados e convocados para as seleções brasileiras, ativos, clube respeitado no mercado. Tudo isso com uma torcida maravilhosa e única, que faz o impossível e que merece voltar a comemorar títulos.
Veja mais notícias do Vasco, acompanhe os jogos, resultados e classificação além da história e títulos do Clube de Regatas Vasco da Gama.