Pedrinho, eleito presidente do Vasco associação, está prestes a assumir a cadeira de liderança no clube, prevista para 15 de janeiro.
Além das expectativas relacionadas à possível reforma de São Januário e às negociações com a 777 Partners no futebol, o ídolo vascaíno terá pela frente a complexa teia financeira de dívidas, pagamentos e obrigações, reformatada com a chegada da Sociedade Anônima de Futebol (SAF), que teve aprovação final em agosto e contrato assinado em setembro do ano passado.
Uma recente matéria de O GLOBO analisou os balanços da SAF e da associação, publicados em maio, e buscou informações junto ao clube associativo para entender o cenário financeiro que será herdado pela gestão de Pedrinho.
Dívidas e Contratos: SAF e Associação na Linha de Frente
Uma das questões centrais é a dívida líquida do clube, avaliada em R$ 720 milhões, apontada como responsabilidade integral da SAF, conforme o contrato de venda de 70% das ações do futebol. O desafio será gerenciar essa dívida, que permanecerá no balanço da associação, mantendo prazos e condições vigentes.
O Vasco esclareceu que o montante de R$ 1 bilhão estimado para a SAF foi fruto de negociação, enquanto a avaliação da Baker&Tilly fixou o valor em R$ 971 milhões. Os 30% das ações que permaneceram com o clube foram contabilizados em R$ 291 milhões.
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Relacionamento com 777 Partners e Compromissos de Pedrinho
Durante a campanha, Pedrinho se comprometeu a analisar o contrato com a 777 Partners, buscando debater obrigações e possíveis vantagens para o Cruz-Maltino. O contato entre as partes tem se estreitado nas últimas semanas, visando uma transição tranquila.
Regime Centralizado de Execuções (RCE): Ferramenta de Reestruturação
O Regime Centralizado de Execuções (RCE) surge como uma ferramenta crucial para reestruturação, sendo um mecanismo de fila de credores para pagamento organizado. Com 20% das receitas mensais do clube, agora da SAF, destinadas ao pagamento de dívidas cíveis e trabalhistas, o Vasco já organizou pendências que atingiam R$ 375 milhões no balanço, com prazo de pagamento variando de seis a dez anos.
Contingências e Projeção de Futuro da Associação
O clube destaca um crescimento de R$ 50,4 milhões em dívidas após a venda, atribuído a contingências judiciais. Estas contingências, avaliadas em R$ 195,7 milhões, estão inseridas em processos em disputa, sendo uma área cinzenta do cenário financeiro. O Vasco espera continuar sua trajetória de obtenção de descontos acima de 50% com credores, destacando que ganhou quase 10% das ações desde setembro de 2022.
Na projeção de futuro, a associação não trabalha com a diluição de suas ações, garantindo que, se ocorrer, será por opção e com valor de mercado atualizado. O desafio de Pedrinho e sua equipe será navegar por essa intricada teia financeira, equilibrando compromissos, negociações e a busca por um futuro mais estável para o Vasco da Gama.
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