São Januário: Audiência pública conclui quem são as vítimas da interdição

Nesta última segunda-feira (11), uma audiência pública foi realizada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) para debater a interdição de São Januário.

Organizado pela deputada estadual Martha Rocha (PDT) e presidido pelo presidente da Comissão de Esporte e Lazer, deputado estadual Carlinhos BNH (PP), o encontro concluiu quem são os verdadeiros culpados e vítimas da polêmica decisão.

E as respostas não poderiam ser mais óbvias. Para a presidenta do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ), Renata Mansur, não é competência da justiça comum julgar o caso e ainda pontou que a interdição de São Januário trouxe “consequências muito graves” para o Vasco e a comunidade da Barreira, as principais vítimas da interdição:

Decisão judicial é para ser cumprida, desde que seja da justiça competente.

Renata Mansur, presidenta do TJD-RJ

O deputado Filippe Poubel (PL) foi mais incisivo:

Quando se pune o clube, pune famílias que ficam sem alimentos por não poderem trabalhar nos dias de jogos. A justiça está falindo a economia local. Não pode penalizar o Vasco e trabalhadores por atos isolados de vândalos.

Interdição de São Januário macula o Campeonato Brasileiro

Representantes do Vasco estiveram presentes na audiência pública e o vice-presidente Carlos Osório protestou sobre a lisura do Campeonato Brasileiro:

A interdição deixa o campeonato maculado no âmbito desportivo porque um clube está em desvantagem diante dos outros 19 que jogam em seus estádios

O presidente da Comissão de Educação e de Combate à Desordem Pública, Alan Lopes (PL), a deputada Martha Rocha (PDT) e o deputado Tande Vieira foram mais diretos e criticaram abertamente o Ministério Público.

Onde eles estavam quando vistoriamos o Maracanã e encontramos uma série de irregularidades? Não vi o MP interferir nisso.

Alan Lopes (PL)

Acompanhamos brigas envolvendo outras torcidas e não houve nenhuma medida como a que foi imposta ao Vasco.

Martha Rocha (PDT)

É um caso claro de dois pesos e duas medidas, uma decisão preconceituosa e com viés clubista. Nada justifica o que está acontecendo com o Vasco. Somente em 2023, tivemos nove mortes envolvendo estádios no país. Só São Januário está interditado. Tivemos confusões no show do Alok, o MP vai proibir shows em Copacabana?

Tande Vieira (PROS)

Também estiveram presentes à audiência pública os deputados Douglas Ruas (PL), Thiago Gagliasso (PL), Dani Monteiro (PSOL); o presidente da Suderj, Renato de Paula; o secretário municipal de Trabalho, Everton Gomes; a presidente da Associação de Moradores da Barreira do Vasco, Vânia Silva; além de representantes da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros e de torcidas do Vasco da Gama e pré-candidatos à presidência do clube como Júlio Brant e Marcelo Borges.