EXCLUSIVO – Leven Siano fala se será candidato e avalia começo da gestão da 777: ”Não sou contra”

Considerado um dos principais players políticos do Vasco dos últimos anos, Leven Siano concedeu uma entrevista exclusiva para o Vascaino.net nesta quarta-feira. O advogado marítimo falou sobre diversos assuntos interessantes em relação ao Gigante da Colina. Explicou se pensa em ser candidato na eleição deste ano e deixou claro diversas vezes que não é contra a SAF. ”O sócio escolheu este caminho e precisa ser respeitado”.

O empresário ainda fez questão de elogiar o atual time vascaíno e revelou o que faria diferente na gestão da ”777 Partners”. Confira a entrevista completa do advogado Leven Siano.

Fabio Torres: Você será candidato na próxima eleição?

Leven Siano: ”Por enquanto, estou focado no trabalho, estudar e namorar um pouco. Não penso nisto não. Mais importante que ser presidente é deixar um legado. Deixei projetos, propus ideias para o Vasco. Mais importante que ser o presidente da associação são os projetos serem implementados. Os projetos estão disponíveis para o Vasco. Tentei falar com a 777 para implementar, tentei contato com pessoas próximas ao Luiz Melo (CEO), mas ignoraram. Sequer me retornaram. Estou à disposição do Vasco. A ignorância pelos projetos é uma das coisas que me faz repensar se quero ser presidente, mas eu estou sempre apto para ajudar o Vasco.”

”O torcedor esperava um comportamento apolítico da 777. Foi um dos motivos de quem apoiou – acabar com a política do clube. Isto foi muito falado. Se a política acabou por que não analisar os projetos das pessoas que não estejam na gestão e amam o Vasco? É uma razão de ponderação. Se a 777 ignora um projeto, será que está tendo um comportamento apolítico? Deveria olhar todos os projetos dos vascaínos e não ignorar uma pessoa por ser um ex-candidato da oposição.”

Fabio Torres: Que tipo de projeto, você gostaria de implementar?

Leven Siano: ”O Vasco quer fazer a reforma de São Januário com a WTorre, que só fez dois estádios. Eu trouxe um projeto com a empresa Populous, que já construiu mais de 1000 estádios. Apresentamos um projeto no formato de caravela, o que atrai muito mais engajamento, conceito. Seria um ponto turístico na cidade. O projeto deveria ser debatido.”

Fabio Torres: Você é contra a SAF?

Leven Siano: ”Não sou contra a SAF. Sou a favor de que o Vasco seja campeão. Tornar o futebol empresa é uma maneira de captar recursos para equilibrar o caixa e ir em frente. Só equilíbrio em caixa é pouco. Precisa investir em tecnologia, conexão com os torcedores. Parece que a gestão é focada em fluxo de caixa.”

”Eu nunca falei de romper com a SAF. Foi o caminho escolhido pelos sócios e tem que ser respeitado. Eu nunca propus romper com os contratos anteriormente feitos, a não ser que eu descubra que o contrato não esteja sendo cumprido por alguma razão”.

Fabio torres: Como seria sua relação com a 777, caso assumisse o Vasco?

Leven Siano: ”Eu me comportaria como um executivo pronto para colaborar, mostrar para os americanos como funciona o Brasil, quais as tendências mundiais. Compartilharia conhecimento, propostas, projetos. Tentaria buscar a colaboração deles neste sentido para todos remarem para o mesmo lado. Eu buscaria gerar resultado para eles. Está faltando direção, valores perante aos outros. O que a gente pode fazer para se destacar dos outros clubes? Eu poderia ajudar bastante neste sentido.”

Fabio Torres: Você buscaria o embate?

Leven Siano: ”De forma alguma. A gente é o melhor amigo de quem quer o bem do Vasco. Se tivesse alguma proposta que fosse ao contrário dos interesses do Vasco, aí você buscaria os meios necessários para fazer o melhor para o Vasco. Isto seria para qualquer parceiro, prestador de serviço e não algo particular com a 777. Não tem nada a ver com a questão de não ser o momento de virar SAF. Isto foi decidido pelos sócios. A 777 não está li porque quer. Só está lá por uma vontade dos sócios e precisa ser respeitado.”

Fabio Torres: O que você faria diferente?

Leven Siano: ”Fora de campo, eu percebo que a gestão da 777 ainda precisa de mais transparência para dar mais credibilidade ao mercado. O orçamento para 2023 até agora não foi divulgado e já estamos em março. Muitos vascaínos esperavam uma gestão mais transparente. Acredito que precisam refletir sobre isto.”

”Eu trabalharia melhor a tecnologia e conectividade com o torcedor. O maior ativo do Vasco é o torcedor e isto não está sendo trabalhado no máximo da potência. Precisa ser considerado não só o torcedor do Rio de Janeiro, mas os que estão fora. Eu tinha o projeto das ”Casas Vasco”, que são franquias, onde o torcedor de fora pode frequentar as casas, comprar produtos licenciados, assistir aos jogos. É um misto de experiência. Isto dá uma sensação de pertencimento. Dá engajamento e gera receita. Simples de ser criado. É um modelo copiado do Benfica, que já tem sucesso nesta proposta.”

Fabio Torres: O que você acha do atual time do Vasco?

Leven Siano: ”O time melhorou. Está realmente mais competitivo. Só tem que tomar cuidado que o Carioca não é parâmetro. Temos um exemplo em um passado recente. Em 2015, o Vasco foi campeão e terminou o ano rebaixado. É difícil avaliar o futebol no começo do ano, porém eu estou torcendo bastante para termos um ano de glórias e conquistas.”

Fabio Torres: Acredita na classificação em cima do Flamengo?

Leven Siano: ”Acredito. Eu estou torcendo para caramba e nervoso. Doido para chegar domingo. Pretendo ir. Vou estar lá torcendo para que o Vasco busque esta vitória importante.”

”Há alguns anos, a gente não sabia se faríamos um jogo competitivo com o Flamengo. Isto mudou. O time está competindo e não dá para saber quanto será o resultado contra o rival.”

Fabio Torres: Este time pode chegar longe no Campeonato Brasileiro?

Leven Siano: ”Fazendo uma análise fria, acredito que este time disputaria em torno da nona e décima posição. Sendo honesto, acredito que tem sete, oito clubes melhores que o nosso, mais prontos. Se o treinador conseguir criar um jogo coletivo e envolvente pode ser que a gente melhore. Acho que ainda precisa de reforços.”