Por Diogo Nogueira
Com as atuações de encher os olhos do torcedor vascaíno, o Jair entrou na frente pela briga na titularidade do Vasco, assim como era de se esperar por causa do que construiu vestindo a camisa do Atlético-MG. O camisa 8 foi o destaque do meio-campo do Vasco na goleada aplicada sob o Resende. O volante distribuiu passes, pôde deixar os companheiros em grande possibilidade de atacar e, inclusive, teve um aproveitamento de 94% em tentativas de servir alguém em campo. Agora, nos últimos dias, foi possível ver muito torcedor desejando Jair e Marlon Gomes juntos, no papel essa ideia causa uma excelente impressão, mas isso depende do técnico Maurício Barbieri pensar com carinho e pôr em prática.
Ainda na Série B do ano passado, Marlon Gomes encantou com sua habilidade e seu drible para se livrar dos marcadores. A joia vascaína é o tipo de jogador pelo qual tem demonstrado jogadas individuais que superam uma defesa bem postada e também quebra linhas com passes verticais. Além disso, Marlon possui esperteza para roubar a bola na hora certa, o que é um tipo de qualidade clássica vindo de um volante. Segundo o Sofascore, na última temporada ele passou de 50 bolas recuperadas. Enquanto o Vasco está disputando o carioca, o cria está desfilando seu talento no Sul-Americano sub-20 jogando pelo Brasil e vem sendo elogiado diversas vezes por comentaristas esportivos. Bom, eu destaquei os pontos fortes de ambos para entrar na seguinte análise: Como usá-los da forma mais correta? Vale lembrar que a posição do Jair é segundo volante.
Uma ideia interessante é implantar uma formação de “três volantes”: De Lucca, Jair e Marlon Gomes. Coloquei entre aspas porque na prática não será três volantes, mas por quê isso? A organização tática é De Lucca fixo como homem de contenção, responsável por marcar e impedir o adversário de avançar. O Jair, mais à frente, também cuidará da marcação, porém mais solto em relação à saída de bola. Por fim, quando a equipe estiver sem a posse o Marlon Gomes se junta aos dois, com o objetivo de reduzir o máximo de espaço ao adversário e, dessa forma, oferecendo superioridade numérica. Já quando o Vasco estiver com a bola nos pés, Marlon ficará mais próximo dos pontas, posicionado como se fosse o camisa 10 do Gigante, com liberdade para tornar a criação cruzmaltina ágil e perigosa. É isso, na prática são dois volantes: De Lucca e Jair, enquanto a joia vascaína poderia ficar flutuando. Sabemos que ele se movimenta o bastante para isso, então vamos aproveitar.
Essa ideia visa usufruir do potencial ofensivo que o atleta Marlon Gomes tem, sem dúvidas é algo que pode proporcionar alegrias aos vascaínos. Se ele continuar assim, será difícil de mantê-lo por aqui. Atuando no Sul-Americano, ele tem iniciado jogadas lindas que fazem os olhos dos vascaínos brilharem. Em relação ao primeiro volante, há uma outra opção: usar outra cria do Vasco, o Rodrigo, jogador que já até atuou na lateral-direita. A chegada de De Lucca não foi bem vista por muitos torcedores, então é possível que Rodrigo ganhe mais moral na posição. Inclusive, ele atuou como titular contra o Resende e foi importante para a vitória de 5 a 0. Então uma outra ideia a se testar é: Rodrigo, Jair e Marlon Gomes.
Na verdade, o Vasco precisa contratar outro volante para deixar Jair e Marlon Gomes o mais confortáveis possíveis. Os dois tem qualidade técnica para dominar o meio-campo, mas a dupla precisa de ajuda para encaixar de vez, o que pode vir de um potencial número 5, aquele volante de origem. Figueiredo, também prata da casa, chegou a ser utilizado como volante e atuou bem, só que na mesma posição de Jair, então essa possibilidade é descartada.
Para finalizar, eu considero que há dois aspectos determinantes para dupla Jair e Marlon dar certo no cruzmaltino: Usar os dois para intensificar a marcação pressão no adversário, sabendo que a joia Marlon Gomes pode avançar mais à procura de triangulações com os companheiros. O outro ponto é ter um homem mais atrás que dê cobertura para os dois na hora de iniciar uma jogada arriscada, é dessa forma que a equipe pode evoluir ainda mais no âmbito ofensivo sem deixar a defesa muito vulnerável. Se eu fosse o Barbieri, colocaria a cabeça para pensar desde já em relação a isso, o meio-campo do Vasco ganhará um grande reforço. A torcida vascaína está na expectativa e o técnico será cobrado para arrumar uma forma de encaixá-los no setor.
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