Por mais que o futebol seja pautado por resultados, há histórias que transcendem o campo e merecem atenção pela resiliência que revelam. O caso do atacante GB, do Vasco, é uma dessas trajetórias.
E essa trajetória, se bem conduzida, pode representar muito mais do que apenas o surgimento de um bom jogador: pode simbolizar um recomeço, um aprendizado e, quem sabe, uma redenção.

Em fevereiro deste ano, GB estava de malas prontas para a Europa. Com o Fenerbahçe no radar e o acerto encaminhado, a transferência parecia o salto ideal para um jovem que despontava como promessa em São Januário.
No entanto, o que parecia o início de um sonho se transformou em pesadelo: exames médicos detectaram um desgaste no ligamento cruzado do joelho direito, barrando a negociação com o clube turco.
A partir daí, a narrativa se tornou nebulosa. O departamento médico do time turco foi taxativo quanto ao problema, enquanto o Vasco defendeu que não havia necessidade de intervenção cirúrgica. Uma disputa de diagnósticos que colocou o próprio atleta no meio de uma polêmica — e, pior, no ostracismo.

De volta ao Brasil, GB treinou separado, quase como um exilado dentro do clube, ao lado de jogadores fora dos planos, como Capasso e De Lucca. Um castigo injusto para quem apenas teve um sonho frustrado por uma divergência médica.
Mas o futebol, esse danado imprevisível, também é feito de viradas. E GB começou a construir a sua. Com esforço e foco, passou por reavaliações, mostrou estar bem fisicamente e voltou a atuar nas categorias de base, onde vem se destacando: 16 jogos e 9 gols entre Brasileirão Sub-20 e Copa Rio.
Uma produção que não passou despercebida por Fernando Diniz, que, sempre atento a talentos pouco convencionais, viu em GB um perfil raro: um atacante de 1,90m com habilidade no um contra um.
É aí que essa história ganha contornos de oportunidade. O Vasco, que tanto carece de soluções ofensivas com mobilidade e presença de área, talvez já tenha dentro de casa uma peça que se encaixa no estilo dinâmico de Diniz.
Não se trata aqui de cravar GB como a solução imediata, mas sim de defender que o clube dê a ele algo essencial no futebol e na vida: um ambiente justo para recomeçar.
A reintegração ao elenco profissional e as primeiras convocações para partidas importantes são sinais claros de que esse novo capítulo pode, de fato, ser promissor. GB não precisa ser tratado como salvador da pátria, mas sim como um ativo técnico e humano que merece espaço, minutos e confiança.
O Vasco acertou ao não desistir dele. Agora é hora de apostar — com critério, é claro —, mas também com coragem. Porque, se tem algo que o futebol não perdoa, é deixar boas histórias passarem sem sequer tentar escrevê-las até o fim. E a de GB ainda está só no primeiro parágrafo.
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