Por Alvaro Tallarico
O Vasco perdeu mais uma no Brasileirão, é verdade. Mas dessa vez, é possível dizer: o placar não contou a história inteira do jogo. Sob o comando de Fernando Diniz, a equipe dominou o Red Bull Bragantino, finalizou 20 vezes, criou boas oportunidades e teve volume. Faltou, no entanto, transformar isso em gols. E, mais uma vez, sobrou em falhas defensivas.
Diniz foi claro após o apito final: “Não adianta finalizar 20 vezes e perder o jogo.” E ele tem razão. O Vasco teve tudo para sair com a vitória em São Januário. Vegetti perdeu dois gols de cabeça que, em dias normais, ele costuma guardar. Rayan teve chances claras, mas ainda precisa amadurecer nas finalizações, o talento está lá, mas é preciso olhar o goleiro, calibrar, não apenas encher o pé.
De 20 chutes, somente 4 foram no gol…

O gol sofrido com um minuto de jogo comprometeu qualquer estratégia. E isso tem sido frequente. Falhas de marcação, falta de atenção, bolas paradas mal defendidas. Lucas Piton compensa muitas vezes seus erros de marcação com assistências, mas precisa ter mais cuidado atrás. Contra o Bragantino, o primeiro gol veio num escanteio que poderia ser evitado. O segundo, numa sequência de erros. Não dá. O principal atacante adversário sozinho recebe, mata no peito e chuta. Bragantino foi efetivo em cima das falhas vascaínas.
Seabra, técnico do Bragantino, foi auxiliar de Diniz, e soube usar isso. No segundo tempo, ainda por cima, picaram muito o jogo e houve pouco tempo de acréscimo.
O lado positivo é que, sim, há evolução. O Vasco de Diniz tem mais ideias.
Posse de bola com propósito. Movimentação. Pressão pós-perda. O time finaliza mais. Contra o Fortaleza, foi a melhor atuação até aqui. Essa contra o Bragantino poderia ter sido a segunda melhor. Mas faltam peças. A queda de rendimento quando saem os titulares é visível. Sem Coutinho, sem Payet, sem Hugo Moura, e, principalmente, sem o jovem zagueiro Luiz Gustavo, a coisa se complica.

E reforços? Por enquanto, nada. O clube vive incertezas até mesmo fora das quatro linhas. A pausa para o Super Mundial é fundamental para ajustes. Mas, sem contratações, só com muito trabalho — e um pouco de milagre — o Vasco pode respirar tranquilo no campeonato.
Diniz precisa corrigir os erros defensivos, encontrar uma estrutura que dê mais segurança atrás e, principalmente, trabalhar a confiança dos seus atacantes. Não é possível depender somente de Vegetti. Em um dia como esse, com ele menos inspirado, fica pesado. Rayan, que ouviu do próprio Diniz no treino para partir pra cima e confiar no seu talento, tem tudo para crescer.
A derrota dói. Mas há caminho. Com menos bobeiras atrás e mais calma na frente, o Vasco pode virar o jogo — não só no placar, mas no campeonato.
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