O Vasco viveu mais um capítulo de tensão em sua trajetória recente. Na última terça-feira, o Conselho Deliberativo do clube se reuniu na sala de beneméritos em São Januário para debater o plano de recuperação judicial apresentado pela empresa Alvarez & Marsal.
Com uma situação financeira delicada, o clube busca alternativas para organizar suas dívidas e atrair novos investidores para sua SAF (Sociedade Anônima do Futebol). No entanto, a sessão foi marcada por discussões acaloradas, que levaram ao seu encerramento antes da votação.
A recuperação judicial é um instrumento previsto na legislação brasileira que permite a empresas ou organizações com dificuldades financeiras renegociar suas dívidas com credores. O objetivo é evitar a falência, reorganizar o fluxo de caixa e possibilitar a continuidade das atividades.
No cenário esportivo, clubes como o Cruzeiro e a Portuguesa já recorreram a essa medida com graus variados de sucesso. Para o CRVG, o plano pode destravar ativos e evitar novas penhoras, mas também carrega riscos, como o impacto na credibilidade do mercado.

Bastidores tensos na reunião do conselho
Com a sede da Lagoa indisponível, a reunião ocorreu em um clima já tenso na sala de beneméritos. O ex-presidente Jorge Salgado, um dos maiores credores em pessoa física do clube, marcou presença e reafirmou sua oposição ao pedido de recuperação judicial. Ele argumentou que a medida poderia assustar investidores e comprometer negociações futuras.
A Alvarez & Marsal apresentou o plano através de seu diretor Patrick Lopes, destacando exemplos de recuperação bem-sucedida em outros clubes e o panorama financeiro crítico do Vasco. Entretanto, não foram detalhados pontos essenciais, como a origem dos recursos necessários para executar o plano — estimados por conselheiros em aproximadamente R$ 250 milhões.
O momento mais crítico ocorreu durante a fala do presidente da Assembleia Geral, Alan Belaciano, que defendeu a recuperação judicial. Sua colocação provocou reações intensas, especialmente do ex-candidato Luiz Roberto Leven Siano, que contestou o discurso e relembrou antigas polêmicas eleitorais. A troca de farpas culminou em uma discussão generalizada, levando o presidente do Conselho Deliberativo, João Riche, a suspender a sessão.
Apesar do impasse, foi acordado que mais documentos serão enviados ao Conselho para melhor análise do plano. A expectativa é de que uma nova reunião aconteça até o dia 23 de dezembro. Nesse encontro, o plano deverá ser colocado em votação, mas o clima de divisão entre situação e oposição indica que o futuro do Vasco segue incerto.

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