As finanças do Vasco estão passando por uma fase complicada, e a recente saída de dois membros importantes do Conselho Fiscal da SAF agravou ainda mais a situação. Em meio a um cenário de dificuldades econômicas, o clube viu sua dívida aumentar de forma significativa, o que coloca em risco o planejamento para os próximos anos.
Em maio deste ano, o órgão, composto por três profissionais de grande prestígio no mercado corporativo, destacou nas demonstrações financeiras da empresa o prejuízo acumulado de R$ 123,5 milhões no exercício de 2023. O alerta veio acompanhado de um parecer que pedia mais equilíbrio nas contas da empresa para que o clube pudesse enfrentar os desafios futuros.
O documento apresentado pelo evidenciava que, no final de 2023, a Vasco SAF possuía um patrimônio líquido negativo de R$ 601,7 milhões. Mesmo com os aportes previstos para 2024, no valor de R$ 270 milhões, e para 2025, com mais R$ 120 milhões, o cenário permaneceria preocupante, com o patrimônio líquido ainda negativo em R$ 212 milhões. O clube, portanto, precisaria de uma gestão financeira ainda mais rigorosa para lidar com as dívidas herdadas no contrato de aquisição de 70% das ações pela 777 Partners.
O esforço para estabilizar os resultados esportivos em 2023 foi destacado, mas a situação financeira se mostrou insustentável. O Vasco teve que destinar R$ 140 milhões para o pagamento de juros e dívidas, o que pressionou ainda mais suas contas. O Conselho Fiscal, em sua reunião de abril de 2024, apresentou um plano de negócios de alto nível para tentar reverter esse cenário até 2033, mas dependia de uma execução eficiente e de novos investimentos.
Saída de membros do Conselho Fiscal agrava a crise
Com o rompimento do acordo entre os acionistas da SAF, a situação financeira da empresa, já delicada, se agravou ainda mais. No dia 11 de outubro de 2024, Carlos Antônio Rodrigues Jorge, presidente do Conselho Fiscal, e os membros Marco Norci Schroeder e Wander Faria de Souza Azevedo renunciaram aos seus cargos, deixando um vácuo em um momento crítico para o clube.
Até o momento, o presidente do Vasco, Pedrinho, não fez um comunicado oficial sobre a saída dos membros do órgão financeiro cruzmaltino nem indicou quem serão os novos substitutos. Essa indefinição traz ainda mais incertezas sobre como o clube lidará com seus desafios financeiros no curto prazo.
Além de lidar com a saída dos membros do Conselho Fiscal, a diretoria do Vasco se vê dividida entre a busca por um novo investidor e as negociações com a A-CAP, seguradora americana que assumiu 31% das ações da SAF, anteriormente compradas pela 777 Partners. Esse movimento é crucial para a saúde financeira do clube, que precisa de novos aportes para evitar um colapso econômico.
A expectativa é de que um novo parceiro traga fôlego financeiro para que o Vasco consiga superar o atual momento delicado e, assim, consiga equilibrar suas contas e garantir o futuro do clube. No entanto, até que essas negociações sejam concluídas, as incertezas seguem dominando o cenário do clube.
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