Pedrinho VAI PRA CIMA e dirigente do Vasco será responsabilizado; será que vai preso?

Pedrinho, presidente do Vasco
Foto: Instagram do Vasco

O Conselho Deliberativo do Vasco vive momentos de tensão após a aprovação “com reservas” das contas de 2023, último ano da gestão do ex-presidente Jorge Salgado. A reunião realizada na sede do clube, na Lagoa, trouxe à tona graves questionamentos sobre a situação financeira do CRVG, que culminaram na responsabilização de antigos gestores.

A análise do Conselho Fiscal revelou uma discrepância preocupante entre as promessas da gestão Salgado e a realidade financeira atual. Com a aprovação das contas com tais ressalvas, a gestão de Jorge Salgado pode enfrentar uma investigação mais rigorosa.

O Conselho Deliberativo, com ampla maioria, concordou com o parecer do Conselho Fiscal, que destacou a grave situação financeira do clube, o que pode levar a uma possível responsabilização dos dirigentes da época. Entre os principais problemas apontados estão o aumento da dívida do Vasco, que atingiu R$ 212 milhões, e a venda controversa da SAF para a empresa 777 Partners.

O termo “aprovação com reservas” utilizado nessa reunião substitui o tradicional “com ressalvas” e abre caminho para uma eventual responsabilização jurídica. Caso seja comprovada má gestão, Jorge Salgado pode enfrentar punições severas, que incluem sua exclusão do quadro social cruzmaltino. Embora essa não seja uma situação inédita no clube, ela representa uma das maiores crises administrativas da história recente do Gigante da Colina.

Trecho de parecer do Conselho Fiscal – Foto: Reprodução

Ex-presidente do Vasco pode ser preso?

As investigações devem avançar nas próximas semanas, e a gestão do atual presidente Pedrinho já se posiciona como uma força contrária à de Salgado. O ídolo cruzmaltino criticou a gestão anterior por inflar as expectativas sobre o balanço financeiro do clube e por apresentar uma visão otimista que não se concretizou.

Em contrapartida, Salgado acusou Pedrinho de “inflar o passivo” e criar uma visão distorcida da real situação do clube, o que alimenta ainda mais o conflito entre os dois grupos:

Pedrinho acaba por repetir o mesmo enredo, ao assinar carta em que parece culpar a gestão passada por todos os males do mundo e ao dar um cunho de peça política à sua primeira carta de administração. Ora, se o Clube não reconhece esse valor, por que o contabilizou como contingência? Não há nada que justifique essa medida – a não ser que a intenção seja, supostamente, a de inflar o “passivo” do Clube e criar um cenário de “terra arrasada” para, depois, se apresentar como o “salvador da pátria” que conseguiu reduzir um “passivo” que não condizia com a realidade””

Salgado segui questionando se Pedrinho luta pelos direitos do Vasco ou de seus credores:

“Aparentemente, o novo critério de contabilização, que classificou 81% dos valores cobrados em reclamações trabalhistas como de probabilidade de perda ‘provável’, destoa da prática do mercado e leva a crer que o Clube reconhece que perderá quase todas as ações trabalhistas e não obterá qualquer desconto no pagamento de dívidas. Por que o Clube se coloca em situação de tamanha fragilidade perante seus credores? Afinal, quais interesses o Clube defende em juízo: os seus, ou os de seus reclamantes?”

O cenário é complexo e ainda incerto. Caso a má gestão seja comprovada, Jorge Salgado poderá ser responsabilizado judicialmente pelos danos ao clube, mas as chances de prisão são pequenas. O que está em jogo, no entanto, é sua permanência como membro do clube e a sua imagem no cenário esportivo.

Além das críticas ao balanço financeiro, o Conselho também discute o polêmico processo de venda da SAF do Vasco para a empresa norte-americana 777 Partners, que enfrenta acusações de fraude. A venda do futebol vascaíno tem sido alvo de constantes críticas, e o futuro do clube permanece em xeque enquanto se aguardam os resultados da investigação.

Jorge Salgado, ex-presidente do Vasco está em maus lençois – Foto: André Durão