Algumas situações importantes aconteceram nas últimas semanas do Vasco. O que mais movimentou o clube foi a venda de Talles Magno que acabou resultando em outras circunstâncias, como a compra de MT e de Galarza. A questão monetária foi o assunto principal do final das contas.
Diante disso, o vascaíno.net, através do jornalista Fabio Torres, entrou em contato com o Ex-Vice-Presidente de Finanças, Carlos Leão. O papo gerou vários assuntos interessantes que trazemos nesta matéria.
Fabio Torres: o que você achou da venda de Talles Magno?
Carlos Leão: O Vasco não tinha muita alternativa. Pelas condições financeiras do Clube, eu venderia, mas foi uma venda ruim. No início do ano passado achávamos que fôssemos vender o Talles por R$ 100 milhões. Era o nosso valor. Estipulamos que venderíamos por esse preço, mas essa venda não chegou nem perto disso. Mas uma coisa é você querer fazer e outra é conseguir fazer. Teve que vender. Estamos em uma situação complicada e deixamos de ganhar muito dinheiro. Um ano e meio atrás ninguém achava que o Talles, com 18 anos de idade, acreditaria por um valor tão baixo. Serviu para saldar algumas coisas a curto prazo porque não tivemos o aporte prometido. Foi uma venda necessária, mas foi ruim, financeiramente deixamos de ganhar um valor importante.
Fabio Torres: Como você avalia este time atual do Vasco?
Carlos Leão: O Departamento de Futebol está fazendo o que pode. Contratações de muito risco. O Marquinhos Gabriel já sentiu, o Rômulo sentiu no primeiro jogo. Nossas contratações são sempre alguém de uma certa idade e que viveu uma boa fase, mas sempre tem um se não porque não tem dinheiro. Faz o que pode. Tenho preocupação, pois são contratações de risco. Tirando o Zeca, que tem muita consistência e qualidade técnica. O Morato tem alguns lampejos, mas não está mostrando consistência. Se o Rômulo conseguir jogar o que sabe, aumenta muito em qualidade. Se o Jabá também mostrar o que sabe pode ajudar. Mas é muito condicional este time. É a situação do Vasco. Eu sei como é. Na época do Campello, também teve que fazer o mesmo, tomar riscos acima do desejável. Vamos torcer muito para dar certo.
Fabio Torres: O que você tem para falar sobre a questão da investigação interna do contrato da Kappa?
Carlos Leão: Não vai chegar a lugar nenhum. A multa aumentou porque aumentou o tempo de contrato. Estão jogando as informações na imprensa pela metade. Quem que investiga? Quem é a pessoa que o Salgado colocou para investigar? Não vi nenhum membro da Diretoria Administrativa se pronunciar sobre isso ainda. Ficam jogando as coisas pela metade. Não vi desonestidade no contrato. Foi um contrato comercial e quem deve ter assinado também foi o Gerente do Compliance Carlos Magno, que segue no clube. E claro que o Campello também assinava tudo.
Fabio Torres: E essa investigação interna?
Carlos Leão: Grande parte dos Diretores Executivos que estava com o Campello está lá hoje com o Salgado. O Clube pode começar a averiguar desde já. Só sair da sala do Presidente, andar 10 passos e conversar com as pessoas que estão no clube. O único Diretor Executivo importante que saiu foi o Eduardo Sá. As principais áreas mantiveram os seus executivos e se ficaram é porque são avaliados como competentes e responsáveis. Chega e pergunta para os diretores executivos responsáveis: ‘’O Campello te obrigou a assinar isso?”, “Como ocorreu essa negociação?” se as explicações não forem satisfatórias chamem o Ex-Presidente Alexandre Campello no Clube, tenho certeza que ele não se furtará a dar as devidas explicações.
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